A revelação foi feita em entrevista concedida ao jornal OPAÍS pelo presidente da primeira Associação Provincial de Boxe de Icolo e Bengo, Osvaldo Soares “Vado”, de 44 anos. O antigo pugilista do Team Elite, na década de 90, lamentou a falta de infra-estrutura para desenvolver a modalidade olímpica até 2028. Ainda assim, o dirigente associativo prometeu formar árbitros e treinadores, bem como assegurou que a província de Icolo e Bengo tem apenas dois clubes legalizados, com destaque para o La Finca, que tem uma jovem atleta campeã nacional
Depois de ter tomado posse, recentemente, como presidente da primeira Associação Provincial de Boxe de Icolo e Bengo, Osvaldo Soares, de 44 anos, começou por fazer avaliação positiva da modalidade na província.
O antigo pugilista do Team Elite explicou que, apesar de ser positiva, ainda há poucos clubes e poucas escolas, ou seja, existem apenas dois clubes, ao passo que as escolas estão em maior número, tendo revelado que os clubes estão com problemas de infra-estruturas.
Para inverter o quadro, o responsável associativo disse que o órgão que dirige tem andado com os parceiros e com esses parceiros vai apresentar os seus projectos para apoiar os clubes em termos de equipamentos e apoiar também, de modo a ver se conseguem apoiar estruturalmente em termos de infra-estrutura alguns clubes. “Dar um apoio financeiro aos clubes que talvez possam fazer algo. Ou seja, para que possam requalificar os seus quintais, onde treinam ou meter cobertura para não treinarem mais debaixo do sol. Porque, no tempo chuvoso, tem clubes que não treinam ou escolas”, realçou.
Osvaldo Soares sublinhou que são esses aspectos que a actual Associação Provincial de Boxe de Icolo e Bengo pretende mudar durante o mandato que termina em 2028, tendo assegurado que de momento é prematuro pensar em termos competitivos. Para justificar a sua afirmação, o antigo pugilista reconheceu que Associação ainda tem problemas administrativos por resolver.
“Como é do conhecimento público, Icolo e Bengo antigamente pertencia à província de Luanda. Então, isso quer dizer que o Icolo e Bengo nunca teve nenhuma Associação Municipal. Então, se não tinha uma Associação Municipal e nós agora tomamos posse sendo a primeira Associação da província. O certo é que não encontramos infraestrutura para desenvolver a modalidade”, assinalou.
Escolas não estão inscritas
Questionado sobre a legalização de clubes e escolas, Osvaldo Soares “Vado” garantiu que são dois clubes legalizados na província de Icolo e Bengo e o mesmo não acontece com as escolas. “Muitas escolas participavam anteriormente nos campeonatos de Luanda, mas sem estar inscrito.
Era uma participação sem os clubes estarem inscritos. Isso é que nós queremos mudar. Por isso é que a nossa luta máxima é ainda dentro do próximo mês, conseguirmos já ter uma sede social”, frisou.
O entrevistado prometeu que o passo seguinte é inscrever todos os clubes e todos os atletas de cada clube para mudar também uma doença que está dentro do boxe angolano, tendo sublinhado que os clubes poderosos ou grandes no país.
“Os clubes que têm melhores condições tiram atletas formados nas escolas sem benefício para os emblemas formadores. Infelizmente, isso tem acontecido no nosso país, mas vamos trabalhar para acabar com isso e a Associação de Icolo e Bengo será a primeira a mudar o quadro”, reiterou.
Voltando para a questão de infra-estrutura desportiva, Osvaldo Soares “Vado” disse que a Associação está a fazer levantamentos fotográficos, de modo a fazer um relatório para entregar ao Governo Provincial de Icolo e Bengo e ao Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD).
“Em verdade, localizamos alguns pontos dentro da província. São esses pontos que nós vamos trabalhar com uma equipa de arquitectos para apresentar um projecto de requalificação.
Se o Governo Provincial nos ceder algum recinto, nós irmos atrás de financiadores para recuperar a infraestrutura para o benefício do boxe, o contrário teremos que lutar na rua”, solicitou.