O vice-presidente do Wiliete de Benguela, Victorino Visele, admitiu, em declarações ao Jornal OPAÍS e à TV Zimbo, que o atleta ainda é parte do clube, acusando-o de “indisciplinado”, por estar a faltar ao local de trabalho. Enquanto isso, Kaporal exibe, nas redes sociais, vídeos e fotos que evidenciam a vinculação contratual com um clube líbio
A direcção do emblema vicecampeão do Girabola 2024/2025 desmente informações postas a circular que apontam para uma desvinculação contratual do atleta, ao mesmo tempo que considera que o atleta estará a ser mal aconselhado por aqueles a quem chama de “oportunistas”, reforçando que o contrato dele, assinado em 13 de Julho de 2024, só expira no final da época 2025/2026.
Assim sendo, não estando a trabalhar, o vicepresidente Visele Victorino diz que o atleta está mergulhado em um “ambiente de indisciplina”. O responsável garantiu que nunca houve negociação para possível saída do atleta, contrariando informações da equipa de assessoria de Kaporal que dá como certa uma ronda de negocial. Lamenta que o avançado não esteja a honrar com aquilo que ele acordou no contrato que assinou e, acto contínuo, reconhecido notarialmente. “O atleta, nesta altura, encontrase em maus lençóis, porque ele assinou por um outro clube muito antes.
Há meses que o atleta assinou. Não sei qual é o clube”, disse. De acordo com o responsável, os agentes que o terão incitado a partir para esse caminho se sentem, agora, pressionados a levar o atleta para o clube com o qual se vinculou contratualmente. “E produziram esta novela, que foi mal-ensaiada, porque não terá público”, aponta, ao considerar que se está diante de uma violação grosseira ao contrato.
“O Kaporal deverá sair, repito, desde que haja apresentação de uma proposta. Nós podemos partir para a negociação. Enquanto não surgir isto, Kaporal não vai poder sair”, vincou.
Afirma que ele só saiu do clube de Wilson Faria mediante o pagamento da cláusula de rescisão que, segundo o documento a que este jornal acedeu, são 500 milhões de kwanzas.
“Pode não ser a nível dos valores que estão definidos no contrato, mas tem de haver negociações”, adverte. Essas declarações de Victorino Visele contrastam com uma realidade vivida pelo atleta.
Nas redes sociais, estão a ser partilhados uma série de vídeos e fotos nos quais é dada como certa a assinatura contratual com uma equipa da Líbia. Em uma das imagens a que este jornal teve acesso, o avançado do Williete é visto a ostentar um cachecol com o nome “El Ittehad Misrati CS da Líbia”, equipa com a qual se vinculou contratualmente, ao lado de algumas figuras que, segundo informações, são membros de direcção da equipa.
Em declarações à rádio Benguela, dias antes de ter rumado para a Líbia, Kaporal desmentiu informações postas a circular de que o Williet lhe pagava, mensalmente, 500 mil kwanzas, realçando que auferia um valor inferior, porém não quis revelar. Apesar da insistência do repórter da Rádio 5, escusou-se de avançar números, tendo apenas reprovado o facto de o Wiliete lhe ter imposto uma cláusula de rescisão de 500 milhões, para quem, com os valores contratuais, significava que ele se obriga a trabalhar para o clube por muitos longos anos de vida.
Os seus assessores também não quiseram revelar quanto é que, efectivamente, ele auferia mensalmente. Entretanto, uma fonte, citada pela Rádio Ecclésia, avançava que o Wiliete dava pouco mais de dois milhões de kwanzas de salário mensal, uma informação que, entretanto, a assessoria do atleta não confirma. Williet não descarta queixa à FIFA O vice-presidente do Wiliete, Victorino Vicelo, reitera que Kaporal é jogador do clube, logo não se devia vincular contratualmente com um outro clube sem ter cumprido aquilo que as normas impõem.
Deste modo, a equipa de Benguela não descarta, em função desse quadro, desencadear processo que seja de responsabilização. “Num processo de transferência, o clube anterior entra sempre em cena. Se, eventualmente, o processo de inscrição dele for a partir para este desenvolvimento, na altura em que nós formos chamados para esta atenção (FIFA), de certeza que vamos desencadear”, garante.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela