Fundado no dia 12 de Maio de 1998, o JGM Académica Sport Clube do Huambo surgiu com a missão de formar atletas e servir como trampolim para jovens talentos angolanos. O que começou com o atletismo transformouse num projecto multidesportivo, enfrentando desafios financeiros, falta de patrocínios e o abandono institucional
O clube nasceu com um propósito claro e ambicioso: promover o desporto na província de Huambo e criar oportunidades para jovens talentos. Desde o início, o foco esteve no atletismo, uma modalidade que rapidamente deu frutos ao lançar atletas de destaque nacional.
Vários desses jovens promissores dignificaram as cores da bandeira nacional em competições africanas e internacionais, trazendo orgulho à sua terra natal. Na verdade, o sucesso inicial do projecto foi o combustível necessário para que a direcção decidisse expandir suas actividades desportivas, vislumbrando novas possibilidades de crescimento.
Poucos meses após a fundação, o clube decidiu apostar no futebol, uma escolha estratégica que visava diversificar as modalidades oferecidas. O futebol foi inicialmente introduzido apenas nas camadas de formação, com o intuito de desenvolver atletas desde tenra idade. Essa decisão mostrou-se acertada, consolidando o JGM como uma referência no futebol de base na província do Huambo.
Fruto do trabalho exemplar, o clube ascendeu pela primeira vez ao Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão, Girabola, em 2016. Curiosamente, na temporada seguinte, isto é, em 2018, a direcção da formação do Planalto Central anunciou a sua desistência da prova rainha do futebol nacional devido a problemas financeiros.
Em virtude disso, o futebol sénior ficou parado durante seis anos, tendo retomado neste ano com foco na formação de novos talentos. Actualmente, o clube do Planalto Central movimenta três modalidades, nomeadamente futebol, andebol e basquetebol.
No futebol, o JGM conta com 180 atletas, abrangendo desde a formação até os seniores. No basquetebol, são 28 atletas divididos entre iniciados e juvenis, de ambos os sexos. Já no andebol, o número é de 20 atletas, também em ambos os sexos, focando apenas em iniciados. Desafios financeiros são significativos Entretanto, apesar do crescimento desportivo notável, os desafios financeiros são significativos.
O director-geral do clube, Martinho Luís, fez questão de assinalar a este jornal que, desde o encerramento do Instituto Politécnico JGM, a situação financeira se deteriorou consideravelmente. Com o fim da instituição de ensino que ajudava nas finanças do clube, a direcção passou a usar recursos próprios para manter as actividades em funcionamento. Referiu que a direcção tem arcado com todas as despesas relacionadas tanto à formação quanto à equipa sénior.
Martinho Luís classificou essa situação como insustentável, tendo em conta o número elevado de atletas envolvidos nas três modalidades. “Não temos patrocinadores. Precisamos urgentemente de apoio”, afirmou o dirigente.
Com a falta de apoio privado disponível para sustentar suas operações, a direcção recorreu ao governo provincial do Huambo em busca de auxílio institucional. Segundo Martinho Luís, foi enviado um documento detalhando o plano financeiro do clube e solicitando apoio das autoridades locais.
No entanto, até o momento, não houve qualquer resposta das autoridades competentes. “Nunca obtivemos uma resposta do governo provincial. E outras entidades privadas também não se pronunciam. É lamentável, mas continuaremos a lutar por dias melhores”, disse.
Por: Kiameso Pedro