Enquanto países vizinhos avançam, os profissionais angolanos vêem suas carreiras travadas por um tecto invisível, limitando suas ambições e o crescimento do futebol nacional, por não possuírem os padrões exigidos pela Confederação Africana de Futebol (CAF)
Actualmente, apenas três treinadores em solo angolano — Miller Gomes, Raul Chipenda e Zeca Amaral — possuem a certificação máxima exigida pela CAF. Esse número ínfimo reflecte uma realidade preocupante, já que a licença é obrigatória para orientar equipas em competições como a Liga dos Campeões Africanos e a Taça Nelson Mandela.
Sem este instrumento, os técnicos são obrigados a assistir de longe enquanto seus colegas de outros países assumem o protagonismo nos grandes palcos do continente berço. Conforme apurou este jornal, o principal obstáculo é financeiro, sendo que a obtenção da Licença-A pode custar até seis mil dólares (cerca de cinco milhões, quatrocentos e noventa e seis mil kwanzas) valor inacessível para a maioria dos treinadores angolanos, muitos dos quais recebem salários precários em clubes do Girabola.
Além disso, a exigência da Licença-B como pré-requisito cria uma barreira adicional, uma vez que muitos nem sequer conseguiram completar essa etapa inicial. Entre os profissionais com licença B, destaque para Filipe Nzanza, Fernando Jordão, Mário Calado, Agostinho “Tramagal”, Albano César, Ivo Traça, Henriques Sobrinho “Kito Ribeiro”, João Machado, Isaías Luciano e Simão Paulo.
POR: Kiameso Pedro
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