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Virgílio dos Santos:“ É preciso que se criem políticas sobre a dança para que seja revitalizada”

Jornal Opais por Jornal Opais
27 de Abril, 2018
Em Cultura
Tempo de Leitura: 6 mins de leitura
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O técnico e coreógrafo do grupo Yaka, Virgílio dos Santos, em entrevista a OPAÍS, aponta a necessidade de políticas referentes à dança, por parte do Ministério da Cultura, do show de Dança de Variedades que será realizado dia 29, na Liga Nacional Africana, em prol do Dia Mundial da Dança e da Associação da Dança que cuidará especificamente das inquietações dos artistas

POR: Antónia Gonçalo

O técnico e coreógrafo do grupo Yaka, Virgílio dos Santos, considerou necessária a criação de politicas sobre a dança no país, pelo Ministério da Cultura, destinadas a revitalizá-la. Em entrevista concedida ao OPAÍS, em prol do Dia Mundial da Dança, que se assinala Domingo, 29, Virgílio Santos revelou a inexistência de documentos que favoreçam e incentivem os artistas a manterem-se nesta arte.

Dia 29 assinala-se o Dia Mundial da Dança. Qual é a importância da data para o grupo Yaka, assim como para os demais?

É uma data importante, porque aproveitamos para reflectir sobre ocorrências dos últimos 12 meses, e em que cada um faz uma perspectiva da sua vida artística para o futuro. Assim como qualquer individuo faz uma reflexão na sua data de aniversário, com os grupos de dança, essencialmente o grupo Yaka, acontece o mesmo.

Como o vosso grupo vai celebrar a data?

Realizaremos um Show de Dança de Variedade, na Liga Nacional Africana, às 16 horas, com a participação de mais cinco grupos, como o Kilandukilo, Ballet Njinga Mbande, Kupolu Njila, Mutueno, Elenco Dance, Mwenho Yeto, Sokadance. Teremos ainda, como convidados, os dançarinos Manuel Kanza, Neto Breakista e uma bailarina estudante na Suécia, vinda propositadamente para brindar-nos com uma coreografia.

Como será este espectáculo?

Antes do espectáculo, realizaremos uma Roda da Dança, com a participarão de responsáveis dos grupos de Luanda e arredores, em que se vai expôr as nossas inquietações e propostas, para inverter o presente momento que é muito difícil para os bailarinos. Refiro-me à falta de espectáculos. Vamos fazer ainda uma exposição fotográfica, para desenvolver-se uma reflexão em volta daquilo que foram os momentos de cada grupo e dos artistas em geral, e dos fazedores de dança em particular.

Que estilos de dança estes grupos vão exibir?

Trata-se de um show de variedades, em que teremos desde o folclore ao contemporâneo, ou seja, da dança mais tradicional à mais moderna. Teremos dança clássica, tradicional, recreativa, contemporânea e de recriação.

Nesta data, tem sido habitual os grupos unirem-se para realizarem actividades do género?

Sim! Sou o coordenador do projecto Dança Comigo, que existe desde 1997, e realizávamos espectáculos periódicos de dança. Infelizmente, durante algum tempo ficamos parados, dada as circunstâncias económicas do próprio país. Hoje, através de uma parceria com o grupo Yaka, estamos a tentar inverter a situação.

O que se pretende fazer exactamente para reactivar o projecto?

A nível do projecto, no Dia Mundial da Dança temos realizado um espectáculo de dança, mas a partir desta data vamos realizar um espectáculo mensal na Liga Nacional Africana. Feliz ou infelizmente, temos de encontrar um meio-termo, para que os bailarinos não deixem de dançar por falta de espectáculos. Eles, muitas vezes têm que depender de convites para exibirem o seu trabalho ao longo do mês, para arrecadar recursos destinados ao sustento do grupo, o que mesmo assim não é suficiente. Com este espectáculo, daremos oportunidade aos grupos para apresentarem o seu reportório. Além dos convidados, haverá um anfitrião. Vamos produzir para este grupo, mas como dependemos das receitas de bilheteira, será feita uma repartição entre a produção e o grupo anfitrião. Esta é a política que encontramos, para que os grupos não desistam por falta de espectáculos de dança. Este projecto tem início no dia 26 de Maio, às 16 horas, com o grupo Kupolo Njila. O espectáculo do dia 29 será uma amostra de todos os grupos que se exibirão neste evento.

Quanto vão investir para a realização desta actividade?

O investimento é pessoal, exclusivo ao grupo Yaka e ao projecto Dança Comigo. Nós, sinceramente, ainda não temos um horizonte e só poderemos responder a essa pergunta depois da sua realização. Todos os dias vivemos uma inquietação. É claro que temos um esboço inicial. Sabemos que temos de pagar a sala e o DJ, mas temos outras encargos, relacionados com a logística, transporte e a própria comunicação, que é feita de forma improvisada.

Há união entre os grupos?

Penso que a dança não está bem, primeiro é que não existe união entre os grupos. Por exemplo, no espectáculo que realizaremos Domingo, não pagaremos grupo algum. Isso é sinal de união, mas isso deve-se mais à minha influência e não porque os grupos são unidos. Eles respeitam-me, porque conhecem a minha trajectória artística. Esta questão também debateremos Domingo, na Roda da Dança.

Qual é o estilo de dança que caracteriza o grupo Yaka?

O grupo Yaka é um grupo de dança de recreação. Montamos a nossa coreografia e damos-lhe sempre o toque artístico. Essa é a identidade da dança do grupo Yaka. Hoje somos obrigados a fazer outras danças, mas trazêmo-las sempre para aquilo que é o nosso ritmo.

Como técnico deste grupo, qual é a sua visão acerca da dança no país?

Já tivemos tempos melhores. Na minha monografia escrevi sobre políticas públicas para a área da cultura, especificamente a dança, e conclui que não temos nada escrito que incentive um individuo a dançar. As pessoas que desistem de dançar, nós os técnicos sabemos o motivo. As instituições não apoiam e também sabemos a razão. Porque não há nada escrito. A lei do mecenato não existe. Se não tivermos nada escrito, o empresário também não apoia. O próprio Governo diz para incentivar, mas nos perguntamos como, se o próprio Ministério da Cultura não cria politicas para a dança? Já que se o ministério é a ponte, devia incentivar o Governo a rever as políticas públicas, assim como da dança. Não há nada escrito que favoreça o artista e os grupos de dança.

Qual é a consequência da ausência de políticas para presidirem a dança artística no país?

A falta dessas políticas acaba por desincentivar os artistas. Até mesmo eu tenho vergonha de ir pedir um patrocínio, porque não há nada escrito que possa apresentar aos patrocinadores. E para que ele se sinta seguro quanto aos apoios a fornecer aos grupos. O projecto “Dança Comigo” existe há 12 anos, inclusive, já realizamos um festival de dança tradicional em Luanda. Para se apresentarem neste evento, fomos buscar grupos às províncias, mas sem apoio nenhum. As instituições retraem-se porque não há nada escrito, nenhum documento que possamos apresentar ao empresário.

E como pretendem revitalizar a dança no país?

Há um movimento de revitalização da dança, que vai criar a Associação da Dança, que esperamos venha a fazer alguma coisa em relação ao estado crítico da dança em Angola. O estatuto da associação foi aprovado e neste momento está- se na fase de conversações com o Ministério da Justiça, para a carta de admissibilidade. As coisas andam bem, a associação já é um facto, agora resta-nos esperar pelo seu funcionamento em benefício dos bailarinos.

Falando sobre a dança tradicional. Qual é a apreciação que faz das apresentações feitas pelos grupos?

Ao nível de Luanda ainda acho um pouco deturpada. Estamos a fazer um pouco de confusão sobre aquilo que é, de facto, a apresentação da dança tradicional. Os grupos dançam este estilo de dança, só que não conseguem fazer a apresentação lógica de uma dança tradicional. É preciso que desde o início até ao final seja apresentada um determinado estilo de dança, conforme é anunciado, e não incluir outros estilos. Quando assim acontece, ficamos sem saber o que o individuo quer transmitir.

O que tem a dizer acerca dos concursos de dança que antes eram realizados?

Os concursos são sempre benéficos, porque através deles é que os dançarinos conseguem comparar as técnicas dançantes. Na década de 1990, tivemos o Sunga-Sunga na Televisão Pública de Angola (TPA), e foi uma grande realização. A Direcção Provincial da Cultura, em Luanda também realizava todos os anos concursos, mas inexplicavelmente, do nada e aos poucos, parou. Provavelmente não conseguiu apoios para continuar. É preciso termos em conta que os grupos de dança só melhoram se tiverem espectáculos. Sobre o “Bounce”, sempre elogiei esta iniciativa, mas reprovava a falta de divulgação das danças tradicionais no seu leque de estilos. Dada a dimensão do concurso, era uma boa oportunidade para se divulgar as danças populares angolanas, mas isso não acontecia. Foi a única falha que aquela realização teve.

 

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