Mais de trezentas pessoas participaram no Primeiro Congresso Internacional de Kizomba, realizado de 18 a 20 do mês em curso, com a presença de professores e praticantes do género vindos do Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Espanha, França, Angola, entre outros. Os participantes apelaram à elevação da Kizomba a Património Mundial
Durante três dias, o evento foi marcado por workshops criativos de performance e improvisação, roda de Kizomba com mestres convidados, cerimónia de entrega de certificados e uma grande festa de encerramento com artistas convidados.
Durante o encontro, o cantor angolano Dom Kikas destacou que eventos do género devem acontecer com mais frequência, para que todos que trabalham com Kizomba no mundo possam incluir este congresso de forma permanente nas suas agendas.
Na sua perspetiva, a Kizomba ganhou mais vida e destaque a nível internacional do que dentro do próprio país, pelo que devem ser criadas políticas que promovam e valorizem o que é nacional.
Sublinhou ainda que Angola não dispõe de uma “Casa da Kizomba”, um espaço onde visitantes e artistas possam trocar experiências e partilhar vivências. Para o artista, a valorização da classe artística no país tem evoluído, mas ainda não atingiu o nível desejado, pois muitos artistas continuam a ser vistos apenas como entretenimento, sem se reconhecer plenamente o contributo que a música e a cultura desempenham na educação da sociedade.
“A arte é um veículo de mensagens e um instrumento de união entre as pessoas”, referiu. Defendeu ainda que o artista é “muito mais importante do que se pensa”, não apenas na música: “É muito importante que as nossas autoridades criem plataformas através das quais os artistas possam conquistar um estatuto social e profissional que lhes permita fazer mais pela sociedade”, ressaltou.
Já o presidente do concurso nacional de dança Kizomba e Semba, Mucano Charles, afirmou que, a partir deste congresso, todos passarão a ter uma abordagem diferente quando se falar de Kizomba.
“Este evento é o início de muitos bons resultados que virão nos próximos anos. Trouxe temáticas que antes não eram discutidas desta forma. Aqui pudemos debater a Kizomba no verdadeiro sentido da palavra, desde o seu valor cultural, a sua origem, identidade e propósitos”, afirmou com satisfação.
Contacto com a origem da Kizomba O convidado Horácio João, angolano residente nos Estados Unidos da América há mais de seis anos e professor de dança Kizomba, disse que a conferência foi bastante positiva, com temas de grande relevância.
“O feedback foi muito bom em termos de Kizomba no geral. Fico feliz por saber que a primeira conferência internacional de Kizomba está a ser realizada em Angola, que é a casa-mãe, a origem.
Como angolano que ensina lá fora, sempre tive receio de que o congresso tivesse iniciativa noutros países. Em várias partes do mundo, a Kizomba está a ganhar espaços muito grandes”, destacou.









