O Espaço Aplausos vai promover o Primeiro Congresso Internacional de Kizomba, a ser realizado de 18 a 20 de Novembro do corrente ano, no Espaço Aplausos, no município do Sequele, província do Icolo e Bengo, com várias sessões de workshops e painéis para abordagens relacionadas à temática
O evento, enquadrado nas festividades dos 50 anos da independência nacional, que se pretende realizar todos os anos, vai incluir uma programação diversificada completada com workshops, festas temáticas, shows, competições e masterclasses.
O congresso que visa promover a valorização da dança Kizomba como expressão artística e cultural de alcance mundial, tem por objectivo afirmar o país como criador e fonte de autoridade diante de todos os praticantes da dança Kizomba no país e no exterior.
Delson Pedro Lourenço, director artístico da área de produção do espaço, avançou ao OPAÍS que o referido congresso está inscrito nas festividades dos 50 anos da Dipanda e vai contar com a participação de angolanos e não só. Trata-se de fazedores de Kizomba enquanto dança, que vivem, na sua maioria, fora de Angola, como na Ásia, França, Estados Unidos da América, Brasil, Portugal.
“Então, a ideia é trazê-los cá. Vamos ter várias sessões de workshops, também alguns painéis onde, junto do Governo vamos discutir políticas de forma a criarmos toda uma narrativa à volta da dança Kizomba e vermos formas também de ajudarmos essas pessoas que vivem disso a terem um certo apoio, com incentivos e produção de eventos”, sublinhou. O também secretário-geral da área de formação Espaço Aplausos explicou que a perspectiva é de realizar o evento anualmente, por forma a reunir toda “meca” da Kizomba no país.
A par da presença dos fazedores da dança Kizomba, ambicionam ainda ter a participação dos maiores precursores do estilo Kizomba enquanto músicos. A título de exemplo, destacou nomes como Eduardo Paim, Dom Kikas, C4 Pedro, entre outros, para participarem nos painéis como oradores ou moderadores, a fim de mostrarem um pouco daquilo que são as suas vivências em relação à Kizomba. “Há a previsão de termos estes músicos no evento.
Estamos a fazer os contactos para o feito. Conforme disse inicialmente, esses músicos não estão garantidos, mas estão a ser contactos. Nas vésperas da realização do evento, vamos apresentar a lista dos participantes”, descreveu.
Promoção contínua
Delson lembrou que o espaço realizava algumas actividades, denominada “Mergulho na raiz da Kizomba”, que desprovia de matriz institucional. Eram actividades turísticas que faziam com os estrangeiros que vinham conhecer o berço da Kizomba. Então, à semelhança desta actividade, disse, estão a criar uma de maior dimensão já com esse cunho institucional.
“Só para ter uma noção: a Kizomba está registada na Itália como propriedade intelectual italiana. Então, a ideia do congresso é afirmar que a dança Kizomba tem um dono, que é Angola.
Daí a ideia de criar essa relevância cultural para todos os professores. Os grupos que vêm vão ser certificados aqui, no país. A ideia original é que, para teres essa relevância, tanto a nível nacional quanto internacional, tenha de passar por Angola, que é o berço da Kizomba”, alertou.
A dança
A Kizomba é uma dança e um gênero musical de origem angolana, caracterizada por seus movimentos lentos e sensuais, promovendo uma forte conexão entre os dançarinos. A Kizomba surgiu em Angola no final da década de 1970 e início da década de 1980, influenciada por ritmos tradicionais angolanos, como o semba, e estilos caribenhos, como o zouk. A palavra “kizomba” vem do quimbundo, uma língua banta falada em Angola, e significa “festa” ou “encontro”.