O Auditório da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, em Lisboa (Portugal) será o palco do lançamento, a 30 do corrente mês, do romance “Desconseguiram Angola”, da autoria do académico luso-angolano António Costa Silva.
A informação foi avançada em comunicado pela referida instituição. O livro, de 150 páginas, tem a chancela da Editora Guerra e Paz e será apresentado por Vitor Ramalho e Nicolau Santos, numa sessão que contará com uma intervenção inicial do Secretário-Geral da UCCLA, Luís Álvaro Campos Ferreira.
A sessão de lançamento da obra terá transmissão, em directo, através da página do Facebook da UCCLA e do link https://www.facebook.com/ UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa.
O livro é um romance que o autor publicou, em edição restrita, sob pseudónimo, mas agora assume publicamente. Fala-nos de um período vivido já há meio século, quando se tentava construir uma Nação no meio de uma guerra, que se prolongaria por mais 27 anos!
Segundo o autor, recorda que, hoje, nas vastas chanas do leste e nas planícies cuito-cuanavalescas, já não se ouvem os canhões nem se bombardeiam civis, mas as lavras continuam por lavrar, com temor das muitas minas outrora plantadas.
Referiu que, a obra interroga o instinto belicista do género humano, realizando uma peregrinação através da história recente de Angola e da banalidade do mal.
“A guerra, essa, não acabou, antes se transformou numa ‘‘desconseguerra’’, sobretudo em cenários urbanos, e em milhões na refrega, em combates diários pela sobrevivência, nos raides à carga dos camiões, à caça dos bagos de arroz, finalmente apreendidos por estes guerrilheiros urbanos que combatem agora sem armas, unidos sob a mesma bandeira invisível, a da luta contra a fome”, descreve o autor no documento.
O autor
António José da Costa Silva nasceu a 23 de Novembro de 1952, em Catabola, província do Bié. Estudante na Universidade de Luanda, militou nos Comités Amílcar Cabral e na Organização Comunista de Angola.
É preso, pelo MPLA, a 22 de Dezembro de 1977. Sobrevive à tortura e escapa mesmo a um fuzilamento, sendo libertado após duas greves de fome. Inicia-se então, na Sonangol, uma carreira na área dos petróleos.
As sequelas da tortura, em particular a deterioração da visão, levam-no a procurar tratamento em Portugal e Espanha. Licencia-se em Engenharia de Minas no IST, concluindo o mestrado em Engenharia de Petróleos no Imperial College, pelas quais obtém o doutoramento.