Depois de oito anos, as marcas e os criadores da moda nacional, entre os quais Cláudio Silva, Tadeu Ariclenes, Resplandecente, Voga, Le Chic Bay, Bituca e estilistas norte-americanos, Marco Hall e Zunyda apresentaram as suas colecções na 17ª edição do Angola Fashion Week, neste final-de-semana, na tenda do Centro de Convenções de Belas (CCB), em Luanda
Sob o lema “Independentes”, o espectáculo visou celebrar os 50 anos da Independência, bem como a criatividade da moda no país, e reuniu no mesmo palco criadores consagrados, novos talentos e convidados internacionais.
A intenção foi mostrar a diversidade criativa dos criadores de moda, desde o uso de estampas africanas reinventadas à alfaiataria moderna e à moda urbana, com uma cenografia que privilegiou uma pista central longa, com luzes quentes e projecções.
Ao desfilarem, modelos experientes, dos quais Igor Benza, Whitne Shikongo, e novos modelos cativaram o olhar dos presentes com os vários trajes que patenteavam a identidade afrinaca, momentos que foram intercalados com actuação musical. Entre as principais novidades estiveram marcas que se apresentam pela primeira vez, outras que regressam após algum tempo afastadas, e a realização do evento pela primeira vez na tenda do CCB.
O organizador destacou ainda a presença de criadores que levam o nome de Angola ao mundo, como Arash Nancy, recentemente em Nova Iorque e Milão; Ava, homenageada em Moçambique; Vieque Yuro, que passou pelas passarelas de Nova Iorque; e Régardo Moac, que apresentou colecções em Paris. A noite também foi marcada por um momento especial: a homenagem à modelo internacional Roberta Narciso, que regressa às passarelas angolanas após algum tempo afastada, e foi celebrada ao lado da conceituada modelo Maria Borges.
A participação de únicos criadores norte-americanos, como Marco Hall e Zunyda, que já vestiram alguns dos maiores nomes da música e do entretenimento mundial, incluindo Rihanna, Beyoncé, Vivica Fox e Natalie Cole, reforçou a cooperação cultural entre Angola e os Estados Unidos da América e elevou o evento ao patamar e visibilidade internacional, dando maior projecção à moda angolana e à criatividade africana.
Inclusão de talentos nacionais
Segundo Hadjalmar El Vaim “Hadja”, um dos organizadores do evento, a edição deste ano destacou-se pela presença de novas marcas, bem como pelo regresso de criadores que há algum tempo não participavam no evento.
Em declarações ao OPAÍS, Hadja explicou que a selecção dos estilistas foi aberta, mediante inscrição e pagamento de uma taxa de participação. “O único critério é a qualidade. Os estilistas que cá estão são aqueles que manifestaram interesse, procuraram saber os trâmites e fizeram a sua inscrição atempadamente. Qualquer criador angolano pode participar, desde que se inscreva dentro do prazo”, reforçou.
Desafios na produção Sobre os desafios, Hadja destacou a constante dificuldade na captação de patrocínios. “Fazer moda custa caro. Dependemos de apoios e parcerias.
Tirar do bolso todos os anos torna-se penoso. Agradecemos à presidente do evento, senhora Emília Morais, e ao Grupo Emirates, que têm acreditado no projeto”, concluiu, reconhecendo o papel fundamental destas entidades na continuidade do Angola Fashion Week.









