A exposiçãocolectiva de artes visuais vai ser inaugurada nesta sexta-feira, 30, a partir das 18 horas, na galeria de artes Sky Gallery, no edifício Kinaxixi, em Luanda. Composta por cerca de 30 obras, a exposição tem como anfitrião o artista plástico Jardel Selele e amigos
Composta por mais de 30 obras, a exposição traz uma dinâmica já apresentada pelo artista nas suas exposições anteriores, que envolve a participação de outros artistas plásticos que combinam cores vivas e vibrantes em telas que expressam artes de forma autêntica e reflexiva.
A exposição, denominada Jardel Salele e amigos, apresenta um conjunto de 38 quadros que retratam o percurso do artista plástico, desde a infância à idade adulta, e algumas pinturas que homenageiam o continente berço e sua grandeza histórica e cultural.
Pintados com recurso a várias técnicas que incluem mista, óleo e acrílico sobre tela e veludo, as obras retratam também, de forma expressiva, a dimensão cultural dos povos Mumuilas e um marco da colonização e escravatura.
O propósito da exposição, segundo Jardel Salele, prende-se à necessidade de os artistas se autoexpressarem com mais liberdade e criatividade, podendo convidar o público a participar desta reflexão manifestada em arte.
Em seus quadros, o mesmo diz abordar vários temas de cariz social, cultural, político, educacional e cultural, sem perder de vista o lado crítico artístico que lhe permite exprimir ideias e emoções através da pintura.
“Esta exposição traz variadíssimos assuntos de natureza social educativa, expressiva da vida e histórico-cultural. O público poderá analisar cada obra dentro das suas perspectivas, assim como nós, os autores”, disse o jovem protagonista da exposição.
A par do aspecto estético, a exposição é, também, de acordo com o anfitrião, uma manifestação de repúdio ou um grito de socorro pelo estado caricato em que se encontra o mercado artístico nacional, particularmente o das artes visuais e plásticas.
Conforme frisou o mesmo, as obras expostas, apesar de cada uma ter a sua característica particular, espelham de modo geral a forma como os seus autores encaram o mundo e a realidade que as circunda.
Tristeza, alegria, frustração, entusiasmo, desânimo, melancolia, ansiedade, depressão, insatisfação, indignação, esperança e resiliência são alguns dos sentimentos e/ou emoções que caracterizam a maioria das obras que vão compor a exposição dos jovens artistas a ficar patente no décimo andar do edifício Kinaxixi.
Artistas plásticos convidados
Para dar suporte à sua maneira expressiva de compartilhar com o público a sua visão sobre o mundo exterior, o anfitrião convidou dois artistas jovens como ele que, segundo afirma, têm uma forma de expressar a arte similar à sua.
Os convidados serão os artistas plásticos Horácio Katchanga e Vopsi Moma. Ousado na sua forma de recriar, Horácio Katchanja traz um conjunto de 11 obras que retratam “A sociedade líquida”, expressadas através de traços abstratos que transmitem uma percepção de uma sociedade que pode ser levada a adoptar uma nova forma de ver as coisas e seguir com novas atitudes que garantam o bem comum.
Apegado ao conceito de mutação social, Katchananja aborda em suas obras uma sociedade que é um produto mutável de acordo com a perspectiva contextual, reforçando a ideia de que, através desta mutação, deseja-se construir uma sociedade correcta, justa e solidária que ambiciona atingir o sucesso colectivo.