O palco do Lisboa Ao Vivo acolhe, no dia 05 de Setembro próximo, o “Fest Semba Lisboa”, evento que nesta edição vai prestar uma singela homenagem a Bonga, ícone da música angolana. Propositadamente, a homenagem surge no dia em que o artista vai completar 83 anos de idade.
Com organização da Tons de Azul e o apoio da RDP e RTP África, o espetáculo tem início marcado para as 21:00 e prolonga-se até às 23:30. Criado com o propósito de valorizar a herança cultural afro-lusófona, o evento assume-se como um espaço de consagração do semba enquanto expressão artística identitária, reunindo diferentes gerações de músicos em torno de um dos seus maiores intérpretes.
Nesta edição inaugural, o evento quer prestar tributo a uma figura incontornável da música angolana, cuja voz e sonoridades atravessam continentes, unem gerações e diferentes povos, sem perder a essência da ginga dançante africana.
A homenagem contará com a presença de vários nomes da música angolana como Edy Tussa, Patrícia Faria, Paulo Flores, Daniel Nascimento, Klaudio Hoshai, Kanu André e Helvio, numa celebração que promete emocionar e levar boa música até ao público.
O cartaz junta diferentes gerações de artistas, refletindo a influência duradoura de Bonga na criação contemporânea e no imaginário cultural angolano. Biografia do homenageado José Adelino Barceló de Carvalho, de nome artístico Bonga, nasceu a 5 de Setembro de 1942 em Kipiri, município do Caxito, província do Bengo.
É conhecido internacionalmente pela sua influência musical dominada pelo rimo do semba e por sua actuação como ativista pela independência de Angola, tendo sido forçado ao exílio devido à sua irreverência face à má governação que se perpetua no seu país.
Radicado em Portugal há várias décadas, tornou-se uma figura próxima do público português e não só, mantendo uma presença regular nos palcos nacionais e internacionais, nas diversas celebrações da lusofonia.
Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Bonga ou Kwenda, como também é conhecido, lançou mais de 30 álbuns, entre os quais Paz em Angola (1991), Katendu (1994), Mulemba Xangola (2000) e Kaxexe (2003).
Recebeu inúmeros prémios de popularidade e homenagens relativas à sua obra, como medalhas e discos de ouro e de platina, com destaque para a de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, feita pelo governo francês, e o Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola na categoria de música.