O espectáculo de poesia “Entre Cordas” vai apresentar uma performance que se propõe como um manifesto sobre as tensões da existência contemporânea, que vai ser exibido hoje, no auditório do Camões – Centro Cultural Português
Idealizado e protagonizado por Johnny’s Brain, produzido por Art Sem Sem e NCC, este projecto nasce da urgência de falar e fazer sentir as dores silenciosas, os dilemas internos e as pressões sociais que nos moldam.
“Vivemos tempos em que somos constantemente atravessados por estímulos, expectativas e frustrações. Perdidos entre o que somos e o que esperam de nós, muitas vezes deixamos que o ruído externo nos desoriente”, lê-se no documento enviado ao OPAÍS.
O espectáculo simboliza um lugar-limite, onde a escolha entre sucumbir ou resistir se torna visceral. Neste contexto, as “cordas” representam as dificuldades, traumas, medos e desafios que a vida nos impõe.
Mas também representam o potencial de superação, de autoconhecimento e de transformação. “A proposta é simples, mas poderosa: usar as cordas não como instrumentos de desistência, mas como ferramentas de ascensão.
Mais do que um espetáculo, “Entre Cordas” é uma experiência sensível e reflexiva que convida o público a sentir — e pensar — os desafios da vida moderna por meio da palavra e da arte”, explica.
Com esta apresentação pretende reunir amantes da poesia, artistas, pensadores e público em geral numa atmosfera de escuta, introspecção e partilha. A proposta também visa fomentar o diálogo sobre saúde mental, expressão emocional e resistência poética.
Johnny’s Brain João Gomes Henda, conhecido artisticamente como Johnny’s Brain, nasceu a 8 de junho no município do Cazenga, Luanda. Desde a infância, revelou uma forte ligação às artes, com especial destaque para o teatro e a poesia.
A sua jornada artística começou aos 10 anos, na Igreja Metodista Unida, onde interpretou poemas inspirados em versículos bíblicos, dando vida ao personagem Lassuco.
Em 2014, encorajado por colegas e professores, começou a apresentar textos autorais na escola, iniciando um percurso poético cada vez mais maduro e comprometido.
Com o tempo, tornou-se uma figura de destaque no cenário de Spoken Word em Angola, vencendo concursos importantes como o Slam Tundawala (FEEP Luanda) em 2024 e as edições XII e XIII do Kassemba Slam.