O acto de lançamento de quatro obras de um dos pilares da literatura angolana, Manuel Rui, designadamente “Mulher e Marido”, “O kaputo, camionista e Eusébio” e os volumes 10 e 11 do livro “Onze Poemas em Novembro”, ocorreu nesta terça-feira, 22, em Luanda, sob a responsabilidade da Mayamba Editora
O encontro, que teve a duração de mais de duas horas, apresentado pela deputada do partido UNITA, Miraldina Jamba, contou com a participação de outros deputados do MPLA, estudantes, especialistas na matéria, escritores, familiares, amigos, crianças, jovens, adultos, entre outros.
Segundo o director-geral da Mayamba Editora, Arlindo Isabel, o evento enquadra-se nas celebrações dos 50 anos de independência nacional, que também foram marcadas com as mãos indeléveis do escritor Manuel Rui Monteiro.
“Trata-se de uma justa homenagem ao escritor Manuel Rui, mas também ao país, porque é a voz, o pilar da nossa literatura e que nos sensibiliza para o muito que temos de fazer, o amor que se deve cultivar pelo país, e trabalhar para manter o edifício para consolidar a unidade nacional, o amor pela pátria e o dever de construí-lá como um projecto comum, plural, de todos angolanos”, destacou.
Arlindo Isabel considera que, sendo uma homenagem aos 50 anos de independência nacional, na voz do poeta que desde o início da independência escreveu o hino nacional que é grande símbolo do Estado angolano.
Que, ao longo destes anos todos, cantou sempre a liberdade, a condição dos humildes, exaltou sempre a necessidade de uma voz plural, para que Angola se reencontre e construa o seu futuro com todos os seus filhos.
Manifestou que, neste momento, foram lançados quatro livros e cada obra teve uma tiragem de mil exemplares, tendo em conta a condição financeira de suporte da instituição que dirige. Caso haja necessidade, com boa adesão do público, será feita a reedição das mesmas.
A Mayamba é um projecto que dá voz e vez aos autores nacionais, tanto os da ficção narrativa, aos que produzem e reproduzem o imaginário cultural local, que produzem a ciência que é a outra dimensão da afirmação como país.
Sentimento de gratidão
Por sua vez, a filha do escritor, Vânia Monteiro, em representação do pai, destacou o momento como sendo ímpar e de bastante gratidão. “Sinto-me bastante emocionada em estar no meio de tantas pessoas que gostam do trabalho do meu pai, que celebram a literatura por intermédio das suas obras.
E é muito bonito ver várias gerações desde crianças, jovens, adultos, todas juntas”, disse. Já o sobrinho, Euripedes Varela, disse que durante décadas o tio escreveu sobre tudo, um hino nacional tão actual, que canta, desde 1975, a liberdade conquistada com sangue derramado e o caminho a seguir para um futuro melhor.