Durante uma entrevista concedida ao Jornal OPAÍS, o músico Dom Caetano admitiu que o ano de 2025 foi, do ponto de vista da produção musical, o ano menos produtivo da última década. Segundo o artista, ao longo deste período não houve registo de novos lançamentos, uma vez que optou por dedicar-se à concepção e preparação de novos projectos artísticos
Dom Caetano associou este cenário à escassez de financiamento destinado aos artistas e à inexistência de projectos estruturados de apoio a produtores e promotores culturais, tanto por parte de parceiros institucionais como do sector privado.
“O combate à corrupção acabou por gerar receios na cadeia de patrocinadores, o que tem condicionado o apoio financeiro à cultura. Por outro lado, a não aplicação prática da ‘Lei do Mecenato’ continua a ser motivo de inquietação entre os artistas angolanos, que aguardam pela materialização efectiva dos regulamentos já existentes”, sublinhou, apontando estas razões como factores determinantes para a fraca produção cultural no corrente ano.
Entretanto, ao fazer o balanço da sua agenda artística em 2025, o músico destacou a forte presença em espectáculos, cerimónias oficiais e eventos sociais, com realce para aberturas e encerramentos de conferências, colóquios e debates, bem como actos comemorativos, aniversários, casamentos e iniciativas inseridas nas celebrações dos 50 anos da Independência Nacional.
Entre os momentos mais marcantes do ano, Dom Caetano recordou a conquista do prémio de Melhor Canção do Carnaval de Luanda, alcançado com o grupo União Recreativa Kilamba.
“O feito garantiu-me o estatuto de tetracampeão consecutivo do Carnaval, um marco que considero um dos mais impactantes do meu percurso artístico”, destacou, com orgulho e emoção. Relativamente à reacção do público, Dom Caetano afirmou que esta foi marcada por incentivo e reconhecimento, com os apreciadores da sua música a enaltecerem o trabalho desenvolvido ao longo da sua trajectória artística.
Para o artista, esta postura do público reforça a necessidade de uma aposta mais consistente e ambiciosa face aos desafios que se avizinham. “O público motivou e enalteceu o meu trabalho e a minha trajectória, e exigiu de mim mais produção no mercado nacional”, friso.









