Inspirada na obra de contos literários de autoria do escritor AP Kituxi e ilustração de Altino Chindele, intitulada “A Pegada Mágica”, a peça musicada com o mesmo nome narra, de forma lúdica e poética, a história de bravura e resiliência da rainha Njinga Mbande, cujos passos firmes de liderança, marcados na pedra de Pungo Andongo, deram lugar a um monumento histórico e inspirador situado na província de Malanje
Cerca de 30 crianças da escola de artes da Fundação Arte e Cultura vão exibir em estreia, nesta quintafeira, 07, a peça de teatro musical infanto-juvenil intitulada “A Pegada Mágica”, a partir das 19 horas, no Circuito Internacional de Teatro (CIT), que decorre no Elinga Teatro, na baixa de Luanda.
A ser protagonizado por crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 17, o espectáculo narra, de forma poética, a aventura de um grupo de crianças que, por meio da magia, descobre o valor da amizade, da preservação ambiental e da identidade cultural angolana.
Neste evento, o colectivo da Fundação Arte e Cultura é o único grupo infantojuvenil a integrar a programação do CIT 2025, o que representa para a direcção da referida instituição cultural um passo importantíssimo que impulsiona a formação artística e abre portas para a realização dos sonhos de várias crianças e adolescentes que olham para a arte como um campo profissional para apostar.
Para o professor Luís Albino, coordenador para a área de músicas da respectiva Escola de Artes, mais do que uma simples apresentação, a participação dos pequeninos neste evento deve ser vista como uma experiência inspiradora e transformadora para cada criança que integra o colectivo.
“Desejamos que as crianças desenvolvam consciência histórica e orgulho pela sua identidade como africanos, conhecendo melhor a história da rainha Njinga e o seu legado de coragem”, disse o professor de artes.
A produção do espectáculo envolve cerca de 30 crianças e adolescentes, entre alunos de teatro, música e expressão corporal da referida escola de arte, com uma duração de cerca de uma hora.
Luís Albino reforçou que a peça transporta uma mensagem de coragem, identidade e resistência cultural, e por esta razão, entende que, quer o público quanto as crianças, ao acompanharem a viagem dos actores até a pedra de Pungo a Ndongo, onde repousa a mítica pegada da rainha Njinga Mbande, “as crianças aprendam que a história de Angola não se escreve apenas com livros, mas também com canções, passos de dança, emoções vivas em palco”.
Adiantou que o espectáculo conta com uma cuidadosa integração de danças tradicionais, instrumentos musicais tradicionais tipicamente africanos e expressões do teatro contemporâneo, resultando numa obra profundamente angolana e universal ao mesmo tempo.
“Nosso maior objectivo é fazer com que a peça ‘Pegada Mágica’ inspire não só as crianças que participam, mas também quem assiste ao espectáculo, despertando nelas o orgulho de serem parte viva de uma história rica, mágica e transformadora”, reforçou.
Três meses de celebração do teatro nacional e internacional O Circuito Internacional de Teatro (CIT), edição 2025, acontece desde o passado mês de Junho e vai até Setembro próximo, com uma programação extensiva e intensiva.
O evento, que já vai na sua 10ª edição, em diferentes palcos teatrais de Luanda, conta com a participação de grupos de Angola, Portugal, Brasil, Moçambique e África do Sul.
A programação inclui 50 espetáculos e ações sociais, como um projecto de solidariedade infantil. Esta edição está a homenagear o escritor Jofre Rocha. Importa salientar que haverá também uma edição especial a decorrer no Centro Cultural Manuel Rui, na província do Huambo, numa parceria com o Coletivo de Artes local “Vozes D’África”.