Mais de 30 alunos da Escola de Música Tehilla encantaram o público no último domingo, 20, durante o concerto de cacimbo intitulado “Ebenézer”, realizado no palco do Palácio de Ferro, em Luanda. O evento reuniu um público diversificado e emocionado com as apresentações que incluíram piano, canto, guitarra, saxofone, bateria e violino, em formações que variaram de solistas a pequenos grupos
Com duração superior a duas horas, o concerto celebrou não apenas o talento dos alunos, mas também o percurso de uma instituição que há cinco anos se propõe a formar músicos e transformar vidas através da arte.
O director-geral da escola, Armando Zibungana, explicou que o concerto de cacimbo é uma tradição desde 2020, sempre com um tema específico. Este ano, o evento recebeu o nome “Ebenézer”, expressão bíblica que significa “até aqui nos ajudou o Senhor”, numa alusão à resiliência da instituição diante das dificuldades sociais e econômicas.
“Fazer cinco anos de trabalho sem patrocínio, com o compromisso de oferecer algo novo todos os dias, não tem sido fácil. Mas quando ouvimos os testemunhos dos alunos, vemos que vale a pena continuar”, afirmou o director.
Zibungana enfatiza o papel do concerto como um momento de união familiar: “Não temos o hábito de aplaudir naturalmente o talento das pessoas. Este evento é uma oportunidade para celebrar cada conquista.”
Com o slogan “Tehilla, uma marca de excelência”, a escola se compromete a oferecer mais do que aulas de música. Segundo o director, o objectivo é impactar vidas por meio da arte, promovendo valores como amor, fé e inclusão.
A escola nasceu em meio à pandemia da COVID-19 e começou com apenas dois cursos — canto e piano — ministrados em condições modestas. Hoje, oferece dez cursos e atende estudantes de todas as idades, incluindo pessoas com deficiência visual, autismo e idosos. “Decidimos abrir as portas à sociedade para que todos pudessem ter acesso à música.
A escola tem fundamentos cristãos, mas é um espaço inclusivo”, explicou. Armando Zibungana, que é mestre em música pela Escola de Artes de Cuba, relata que sua própria vida foi transformada pela música: “Cresci muito tímido, mas a música me ajudou a ver o mundo com outros olhos.
Agora quero proporcionar isso a outras pessoas.” Expectativa e emoção no palco Os alunos estavam visivelmente emocionados e entusiasmados com a oportunidade de se apresentar.
Marcos dos Santos, de 49 anos, aluno de piano, disse que a música sempre foi uma paixão, e encontrou na Tehilla o caminho para realizar um sonho antigo: “Estou ansioso, mas sei que tudo vai correr bem.
A escola é uma bênção.” A pequena Aline de Oliveira, que interpretou uma música de Celine Dion, também expressou seu entusiasmo: “Ensaiamos bastante para este momento.
Quero dar o meu melhor e alegrar o público.” Para muitos convidados, o concerto já se tornou um evento imperdível. “Participei de todas as edições e sinto que este projeto tem um impacto muito positivo nas nossas famílias. Espero que esta edição seja ainda melhor que as anteriores”, disse uma espectadora sorridente.