O centro cultural Palácio de Ferro, em Luanda, acolhe, no próximo sábado, 11, a primeira edição do concerto musical “Canções Cantadas Com Coração” ou simplesmente “4C”, um espectáculo que faz uma imersão à história da música angolana para celebrar os 50 anos de independência nacional
O concerto inédito, concebido para uma imersão à vasta história da música angolana feita nas décadas de 60, 70, 80 e 90, procurando eternizar artistas e suas obras, junta artistas de diferentes gerações e estilos para celebrar a música, a história e a arte, de forma geral, num ano em que o país celebra cinco décadas da dipanda.
Entre os convidados estão os artistas como Filipe Mukenga, Moniz de Almeida, Marília Alberto, Don Caetano, Dina Santos e Ngwami Maka, além de outros nomes promissores mais ligados à instrumentalização musical.
O propósito, segundo a organização, é fazer combinar sons, ritmos, histórias e experiências, para que a nova geração esteja ciente do processo que nos trouxe musicalmente até aos dias actuais, como fez saber o músico Totó ST, o anfitrião do projecto.
Segundo o músico, o concerto é concebido com o propósito de incentivar e inspirar artistas novos, mergulhar e valorizar a música angolana, tocada nos mais diversos estilos que representam a respiração artística angolana.
“Levar a nova geração a valorizar e se conectar com a música angolana de raiz, despertando o sentimento de pertença e de conexão com a nossa ancestralidade. Criar uma ponte entre gerações, para eternizar e dinamizar a nossa cultura, criar um arquivo de qualidade da nossa música e mitigar a falta de conteúdos com relação ao acervo musical nacional”, apontou o artista como sendo alguns dos objectivos do concerto.
Sem rodeios, o artista contou que a ideia de realizar um espectáculo com esta matriz surge-lhe enquanto fazia uma reflexão sobre como os artistas, nascidos após a independência, podem contribuir para a preservação do acervo histórico-musical do país e como podem inspirar as gerações vindouras a seguirem os mesmos passos de preservar o legado daqueles que lutaram por uma Angola que se tem hoje.
“Olhando para os 50 anos da nossa independência, pairavam na mente as seguintes perguntas: qual o contributo dos músicos na formação da consciência para a luta de libertação do povo angolano? Como artistas nascidos depois da independência podem eternizar as grandes obras desse mosaico rico e belo que é a nossa música feita por estes grandes que nos antecederam? Então fezse luz!”, descreveu o músico, a seu jeito poético.