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Companhia Nacional de Ópera quer difundir o canto lírico no país

Desde 2015, a Companhia Nacional de Ópera de Angola (CNÓPERA) vem abraçando o desafio de promover uma cultura sã da prática e apreciação do canto lírico no país, formando artistas e emancipando um público diferenciado na arena da música lírica e suas particularidades

Bernardo Pires por Bernardo Pires
10 de Maio, 2024
Em Cultura, Em Cartaz
Tempo de Leitura: 7 mins de leitura
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Fundada com o objectivo de se dar continuidade ao compromisso pessoal e artístico do músico Emanuel Mendes e seus companheiros, de primar pelo engrandecimento das artes musicais eruditas em Angola, em especial o canto lírico, a CNÓPERA surge a 22 de Agosto de 2015, nas instalações do ex-Instituto Superior de Artes (ISART), actual Faculdade de Artes (FART), na centralidade do Kilamba, em Luanda.

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A companhia apresenta-se como uma agremiação artístico-cultural focada na propagação da música lírica e suas particularidades, fundindo-a às artes musicais ancestrais, convencionais e contemporâneas através da promoção de acções e actividades que visam emancipar os feitos do canto lírico, seus autores e intérpretes.

Sob liderança de Emanuel Mendes, a agremiação tem produzido e realizado eventos artísticos, promovendo um intercâmbio com as suas congéneres e interessados, no campo lírico-musical e contribuir, de forma íntegra, na formação individual e colectiva dos artistas e intervenientes do musical lírico no mercado nacional.

Proliferar, em Angola, os feitos “magníficos” do canto lírico, proporcionar ferramentas para o seu desenvolvimento artístico e cultural no país, contribuir activa e continuamente na formação individual e colectiva dos artistas e criar vias sólidas de intercâmbio internacional no ramo lírico-musical estão entre as prioridades da Companhia Nacional de Ópera, como fez saber o seu líder ao Jornal OPAÍS.

“Nós temos alguns eixos que espelham os objectivos da companhia, um deles é a contínua formação no ramo do canto lírico e nas artes performativas eruditas.

Queremos contribuir de forma íntegra na formação individual e colectiva dos nossos artistas, colaboradores e de todos os intervenientes do musical lírico para permitir que a arte ganhe cada vez mais espaço e destaque no mercado angolano”, começou por explicar o maestro.

Emancipação do canto lírico

Entre as metas preconizadas pela companhia desde a sua fundação, consta a “missão” de emancipar o canto lírico no mercado nacional, reunindo artistas, críticos, entusiastas, estudantes e apreciadores da arte contemporânea num único propósito de tornar o estilo um elemento visivelmente presente no musical angolano.

Segundo Emanuel Mendes, a ambição da CNÓPERA passa também pela acção de desenvolver um núcleo sólido de profissionais especializados em canto lírico a fim de diversificar a produção e o consumo artístico em Angola.

Referiu que os valores da companhia estão centrados na evolução do seu capital humano, que é constituído por 120 membros, entre artistas, estudantes, pesquisadores, críticos e entusiastas na matéria, que, desde a sua fundação, tem-se dedicado a reunir bases para educar a sociedade para o consumo profissional da música lírica.

O mesmo entende que a sociedade angolana carece de uma educação e consciencialização artística para que aprenda a olhar para as artes como uma ferramenta de socialização e reeducação da mesma, sendo indispensável para o seu próprio desenvolvimento.

“Quando há pouca informação a respeito da ópera na sociedade, o que se tem em mente é que ela é um género estrangeiro, as pessoas pensam que é apenas para o ocidente, mas não, é para todas as sociedades e a música lírica tem as raízes ligadas ao continente africano” disse.

Resgate do Cancioneiro angolano

Emanuel Mendes adiantou que, dos vários eixos que norteiam os objectivos da companhia, a formação contínua nas áreas do canto lírico e artes performativas, assim como a busca pelo histórico do cancioneiro angolano são apontadas como prioridades.

Sublinhou que o cancioneiro angolano precisa de ser estudado, catalogado e partilhado para que o público conheça a riqueza artística nele existente e, deste modo, poder-se velar pela sua internacionalização.

“Um dos nossos objectivos é precisamente fazer uma pesquisa aprofundada sobre o cancioneiro angolano, catalogar e divulgar a matriz da nossa música, na versão do canto lírico, e poder assim também apresentar ao universo, naquilo que é a internacionalização da nossa música, aquilo que são os valores eruditos da nossa arte musical”, sublinhou.

Na missão de resgate do cancioneiro angolano, a companhia tem desenvolvido um trabalho de investigação, interpretação e encenação dos valores culturais transmitidos nas obras que vão sendo coleccionadas ao longo das referidas pesquisas.

O responsável avançou que a companhia tem procurado interpretar, por meio do canto lírico, algumas estórias que fazem parte do cancioneiro, citando como exemplo o livro de contos “Missosso”, uma obra clássica do escritor e etnógrafo Óscar Ribas, publicada em 1961, e que conta com três edições (1961, 1962 e 1964).

“Mais do que ser apenas a música transcrita ou catalogada ao nível erudito, nós temos estado a desenvolver a questão dramática que é a interpretação da obra e a sua encenação”, elucidou.

Aludiu que a interpretação das obras permite a exposição da estória e, ao mesmo tempo, a preservação dos valores históricos e culturais que elas apresentam, fazendo com que o público conheça a história e consiga instantaneamente vivenciá-la de uma forma profunda e reflexiva por meio da música lírica.

Combinação de artes performativas

Emanuel explicou que a realização de uma apresentação de canto lírico exige a combinação de várias técnicas e habilidades. Técnicas estas que permitem ao artista expressar-se livre e profissionalmente através do canto, combinando voz, gestos, expressão facial e, às vezes, até mesmo representação artística (encenação).

Ao que fez saber o responsável da companhia, o canto lírico, para que seja completo e devidamente apresentado, é necessário que haja intervenção de outras artes performativas como a dança, o teatro e a própria música.

“Enquanto companhia, precisamos olhar para as outras áreas intervenientes no canto lírico, precisamos olhar para as artes visuais, pelas artes representativas, olhar para os actores, cantores e um leque de artistas que intervêm na música lírica”, detalhou.

Não obstante a este detalhe, Emanuel adverte que para se alcançar tal objectivo é preciso uma forte aposta na formação especializada dos artistas e outros intervenientes de modos que estes, dominando a arte, possam ter o domínio da sua complexidade e apresentar ao público um trabalho com a qualidade e o rigor que se exige.

Por esta razão, reiterou que “os valores da CNÓPERA estão centrados na evolução do seu capital humano que tornam possível a sua existência e habilitam a sociedade para o consumo profissional dos seus feitos”.

Acrescentou que “a actualização dos conhecimentos são logrados e impregnados virtuosamente pelo rigor, excelência, profissionalismo, imparcialidade, responsabilidade, humanismo e patriotismo”.

Falta de apoio ‘trava’ execução dos projectos

Em carteira, inúmeros são os projectos que a companhia tem traçados para o desenvolvimento e emancipação da música lírica em todo o território nacional. Entretanto, a falta de apoio (ausência de patrocínio) faz com que estes referidos projectos não sejam executados.

Um dos projectos, segundo o responsável do conjunto, é a realização de um festival nacional de canto lírico que possa englobar o maior número possível de artistas e apreciadores do género musical, consagrando-se como o maior evento de promoção daquele estilo de canto no país.

A intenção, avança Emanuel Mendes, é poder reunir um número considerável de pessoas num espaço com capacidade, para a realização do evento, permitindo que a música lírica ganhe cada vez mais destaque no mercado nacional.

Pretende-se que seja um festival realizado anualmente, preferivelmente entre Agosto e Setembro, época em que foi fundada a companhia, firmando-se paulatinamente como um evento de abrangência nacional e internacional.

Apresentações em línguas nacionais

Constam ainda da lista de obras já apresentadas pela companhia algumas peças genuínas feitas nas diversas línguas dos maiores grupos étnicos de Angola.

Segundo o líder, as línguas em obras nacionais fazem parte de um vasto trabalho que a companhia tem feito em prol do resgate dos valores culturais dos diferentes povos do país, explicando que as referidas obras foram produzidas nas línguas nacionais Kimbundu, Umbundu, Kikongo e Cokwe.

De referir que a Companhia Nacional de Ópera de Angola é um dos colectivos artísticos convidados para as celebrações dos “50 anos de Independência Nacional”, a se assinalar em Novembro do próximo ano, devendo a mesma apresentar um espectáculo de canto lírico com temas de elevação do espírito patriótico.

Carência de espaços adequados

Desde a sua fundação até ao momento, a companhia tem realizado os seus ensaios nas instalações do FART, adaptando uma das salas de aulas práticas como o “laboratório” de criações de peças e projectos da CNÓPERA.

A adaptação do espaço, admite o artista, só tem sido possível devido às boas relações existentes entre a direcção daquela instituição de ensino afecto à Universidade de Luanda e o presidente da companhia, que, por sinal, é docente naquela instituição, assim como ao facto de alguns integrantes da companhia serem alunos, professores e colaboradores da faculdade.

“Nos dificulta demasiado o facto de não existirem salas adequadas para a produção das nossas obras ao nível que nós pretendemos. Infelizmente não existem salas adequadas, precisam de ser sempre adaptadas e esta adaptação carece de meio financeiros”, revelou.

Fez saber que a companhia não tem patrocinadores, e que depende, fundamentalmente, de apoios pontuais de bem-feitores que se predispõem a apoiar as iniciativas e actividades da companhia.

“Nós não temos apoios ou patrocinadores oficiais, temos que bater sempre as portas de bem-feitores para conseguirmos realizar as nossas actividades”, ressaltou.

A inexistência de um espaço que possa servir de sede para a companhia é também outra preocupação manifestada pelo seu líder que avança ser uma das grandes lutas que o colectivo vem enfrentando ao longo dos mais de nove anos de existência.

Apresentações da Companhia

A CNÓPERA, enquanto companhia sólida e legalmente reconhecida, estreouse a 25 de Setembro de 2015, com a apresentação da primeira obra sinfónica do tenor e compositor Emanuel Mendes, a cantata “Renúncia impossível˝ do poemário com o mesmo título, de autoria do ‘poeta maior’, António Agostinho Neto.

A apresentação decorreu por ocasião das celebrações do ‘Dia do Herói Nacional’, organizado pela Fundação Dr. António Agostinho Neto, no Memorial com o mesmo nome.

O conjunto chegou de apresentar a mesma cantata na sua outorga do diploma de “Doutor Honoris Causa”, a título póstumo, concedido pela Universidade Agostinho Neto, ao seu patrono António Agostinho Neto.

Ainda em performance dramático-musical, a companhia brindou a inauguração do Navio para Investigação Científica dos recursos marinhos, do Ministério das Pescas (2019), com a apresentação de um tema musical, interpretado em canto lírico.

Em companhia da Orquestra Camerata de Luanda, Orquestra Sinfónica Kimbanguista e a Banda DF Melodie, filiada à Marinha de Guerra, a CNÓPERA fez a apresentação de uma cantata, em Abril de 2021, no Memorial Dr. António Agostinho Neto.

Ao longo dos mais de nove anos de existência a companhia conta, no seu historial, com inúmeras apresentações quer individual, quer conjunta com outras agremiações artísticas, destacandose as quatro feitas numa parceira com o Atelier D´Artes Lucengomono, a Aja Luz, o CEARTE, Faculdade de Artes da Universidade de Luanda e o Palácio de Ferro, realizado em homenagem aos Heróis tombados pela independência nacional, em Fevereiro de 2023.

Actualmente, o grémio tem, em seu vasto repertório, obras dramático-musical originais, estreadas por si, e algumas interpretações das mais célebres obras da arena internacional do canto lírico em italiano, espanhol, português, inglês, alemão, russo e mandarim.

Bernardo Pires

Bernardo Pires

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