Num concerto projectado para matar as saudades e fazer o público vibrar de alegria e nostalgia, entre as várias nacionalidades que formavam os espectadores, angolanos e cabo-verdianos foram os que indiscutivelmente dominaram o cenário dentro e fora do palco vivendo com intensidade as vibrações da kizomba
Atenda do Centro de Conferência de Belas (CCB), em Luanda, acolheu no último Sábado, 04, a 6ª edição do Festival da Kizomba, um evento que nesta edição juntou vários artistas de diferentes nacionalidades e culturas para celebrar o estilo que já se tornou o “cartão postal” de Angola nos palcos internacionais.
O evento, que teve início por volta das 22 horas, reuniu milhares de fãs e amantes da kizomba vindos de vários pontos de Luanda, Icolo e Bengo e arredores, unidos pela paixão inflável pelo estilo que “rompe barreiras” e une culturas e nações. Foi um concerto nostálgico e emocionante, projectado para matar as saudades levando as pessoas a viajarem nos tempos passados, revivendo os sucessos musicais dos anos 80, 90 e princípios de 2000.
O público era constituído por milhares de pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e etnias, entre angolanos, caboverdianos, guineenses, portugueses, franceses e um ou outro brasileiro, a kizomba.
Apesar da diversidade cultural e de várias nacionalidades, a verdade mesmo é que eram os angolanos e cabo-verdianos quem representavam o grosso número do úblico e que indiscutivelmente dominavam o cenário que se viam quer nas bancadas, quer no palco como até mesmo nas áreas VIP’s onde vibravam a cada artista que entrasse em cena.
Actuações impactantes Num palco recheado de artistas cujos sucessos se tornaram relíquias no panorama artístico musical, no que à kizomba em particular diz respeito, o público vibrou, cantou, gritou, dançou e alguns até derramaram lágrimas de nostalgia ao verem e/ou ouvirem músicas de artistas que marcaram as suas histórias de vida.
O concerto arrancou quando já passavam das 22 e meia, quando o artista angolano Mona Niscatro subiu ao palco e abriu as actuações com o tema “teu toque” e seguiu com um cheirinho de uma música nova que faz parte do seu mais recente projecto artístico.
Seguiu-se então Lito Dias que apresentou apenas o tema “tem valor”. Logo depois foi a vez de as mulheres entrarem em cena com as artistas Karina Santos e a caboverdiana Belinda Graça a brindarem o público com o melhor dos seus repertórios.
Gabi Fernandes reviveu os “Irmãos Verdade” O espectáculo ganhou mais vibração quando o músico caboverdiano, Gabi Fernandes, entrou em cena e “desmontou” os escudos emocionais do público ao chutar o tema “chegou a hora”, um dos seus grandes sucessos, lançado em 2005 quando ainda fazia parte do conjunto Irmãos Verdade do qual era vocalista.
Assertivo na escolha das músicas para contagiar o público, o experiente artista apresentou ainda dois temas novos que ainda não é habitual do público angolano, mas que prometem ser sucessos dentro de poucos meses.
Como era de se esperar, antes mesmo de se ausentar do palco, a pedido insistente do público, Gabi Fernandes deixou o público eufórico ao chutar a música “Yolanda” um tema que o público cantou em uníssono desde o primeiro ao último minuto.
Na mesma onda de euforia entrou o artista guineense, Roger Moreira, que também levou o público ao delírio com o tema “nos dilema” e fechou com “sensação”. Passaram ainda pelo palco grandes nomes da kizomba como Euclides da Lomba, Heavy C, Gil Semedo, a dupla Tony e Neves, Belinda Graça, Iolass e o grande embaixador da kizomba na França, Harry Dyboula.