A nãoadesão da Ucrânia à NATO é uma “pedra angular” das conversações sobre o fim da guerra russo-ucraniana, realizadas sob mediação dos Estados Unidos, afirmou ontem o porta-voz da presidência russa (Kremlin)
A questão deve ser objecto de “discussões específicas”, disse Dmitri Peskov durante a conferência de imprensa telefónica diária, segundo a agência de notícias FrancePresse (AFP). Peskov referiu que a Rússia aguardava ser informada pelos Estados Unidos sobre os resultados das conversações em Berlim entre norte-americanos, ucranianos e europeus sobre um plano de resolução do conflito na Ucrânia.
A adesão à NATO, prevista na Constituição ucraniana, foi uma das razões da invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em Fevereiro de 2022, que desencadeou a guerra em curso. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu no domingo, ao chegar a Berlim para as conversações, deixar cair a candidatura à NATO como contrapartida por garantias de segurança do Ocidente, mas rejeitou pressões para ceder territórios à Rússia.
“Estas garantias de segurança são uma oportunidade para prevenir outra onda de agressão russa”, afirmou Zelensky, citado pela agência de notícias The Associated Press (AP). Zelensky acrescentou que as garantias de segurança terão de ser legalmente vinculadas pelo Congresso norte-americano. O representante norte-americano, Steve Witkoff, disse no domingo que foram alcançados “progressos consideráveis” nas negociações com Zelensky.
Após a reunião na chancelaria alemã, que durou mais de cinco horas, Witkoff afirmou nas redes sociais que foram mantidas conversações “em profundidade” sobre o plano de paz de 20 pontos.
O porta-voz do Kremlin recusouse a especular sobre se será possível alcançar um acordo antes do final do ano, como, segundo a imprensa, exige o Presidente norte-americano, Donald Trump. “Não me atrevo a falar de prazos. Esse seria agora o trabalho mais ingrato”, comentou, citado pela agência de notícias espanhola EFE. Peskov disse que o Presidente russo rejeita uma “trégua artificial” e, em vez disso, apoia uma “paz de verdade” para a Ucrânia.
“O Presidente Putin está aberto à paz, a uma paz de verdade, e está totalmente contra as artimanhas para ganhar tempo e criar tréguas artificiais”, afirmou. Peskov considerou ainda que “Trump trabalha honestamente a favor do acordo (…) e aplica todos os esforços para isso”. “E a sua equipa também. Valorizamos muito esses esforços”, acrescentou









