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A modernização com características chinesas aos meus olhos

Jornal OPaís por Jornal OPaís
12 de Dezembro, 2025
Em Opinião

A modernização é uma palavra que percorre a história da humanidade com uma força quase mágica. Fala de transformação, de avanço, de rupturas e de continuidade. Mas quando falamos de modernização com características chinesas, entramos num campo único, onde o antigo e o novo não se excluem, mas se entrelaçam.

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Aos meus olhos, trata-se de uma experiência fascinante que mostra como uma civilização milenar soube reinventar-se, sem perder a sua identidade, e ainda projectar-se como uma das grandes protagonistas do século XXI.

Este texto é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre esse processo e uma partilha da forma como ele ressoa na minha própria vida. Porque falar da China e da sua modernização não é apenas olhar para um país distante; é também encontrar paralelos com as minhas próprias buscas, com a minha paixão pela aprendizagem de línguas, com o projecto Angopolyglot e, sobretudo, com o desafio pessoal que abracei: aprender a língua chinesa.

A Herança da Tradição e o Caminho da Modernização A China é uma das civilizações mais antigas do mundo, com mais de cinco mil anos de história registada. A sua tradição filosófica, representada por pensadores como Confúcio e Laozi, moldou não apenas a forma como os chineses entendem o mundo, mas também o modo como lidam com a mudança.

Enquanto no Ocidente a modernidade foi muitas vezes vista como uma ruptura com o passado, na China ela aparece como uma continuidade criativa, uma adaptação.

Quando a China fala de “modernização com características chinesas”, não se trata de copiar modelos alheios, mas de encontrar o seu próprio caminho. Este caminho combina a busca pelo desenvolvimento económico com a preservação cultural, a inovação tecnológica com o respeito pela tradição, a abertura ao mundo com a valorização da identidade nacional.

Aos meus olhos, este equilíbrio é um dos aspectos mais fascinantes do processo chinês. Porque modernizar não é apenas construir arranha-céus, abrir fábricas ou criar aplicações digitais; é também encontrar uma forma de fazer tudo isso sem perder o fio da história, sem apagar a memória colectiva, sem destruir os valores que sustentam uma nação.

O Crescimento Económico e o Impacto Global

É impossível falar da modernização chinesa sem mencionar o seu impressionante crescimento económico. Em poucas décadas, a China transformou-se de uma economia rural e em grande parte fechada num gigante industrial, tecnológico e comercial. Este feito retirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, gerando um impacto global sem precedentes.

Mas o que chama a minha atenção não é apenas a velocidade do crescimento, mas o modo como ele foi gerido. A China soube adaptar as reformas às suas próprias necessidades, experimentando, corrigindo, ajustando, sem nunca perder de vista o objectivo maior: garantir que o desenvolvimento fosse, antes de tudo, um desenvolvimento para o povo.

A política de “um país, dois sistemas” em Hong Kong e Macau, por exemplo, mostrou a capacidade de conciliar diferenças. O investimento maciço em infraestruturas, desde caminhos-de-ferro de alta velocidade até zonas económicas especiais, revelou uma visão estratégica a longo prazo. O projecto da Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative) mostra como a China pensa não apenas no seu crescimento interno, mas também na criação de conexões globais que beneficiam vários países.

Este aspecto é particularmente importante para mim, enquanto africano. Porque vejo como a presença chinesa em África se traduz em estradas, hospitais, escolas, linhas de energia. Há desafios, é verdade, mas também há oportunidades de cooperação que não podem ser ignoradas.

A Tecnologia como Motor da Modernização

Se há uma área em que a modernização chinesa se torna ainda mais visível é a tecnologia. A China é hoje líder em sectores como o 5G, a inteligência artificial, os veículos eléctricos e o comércio electrónico. Empresas como Huawei, Alibaba, Tencent ou BYD tornaram-se símbolos de um país que já não é apenas “a fábrica do mundo”, mas também um centro de inovação. Este salto tecnológico não aconteceu por acaso.

Foi fruto de políticas bem pensadas, de investimentos em educação, ciência e investigação, e de uma mentalidade que vê a inovação como chave para o futuro. Aos meus olhos, este avanço tecnológico tem uma ligação directa com a aprendizagem de línguas.

Porque assim como a tecnologia pode transformar economias, também pode transformar a forma como aprendemos e comunicamos. Hoje, graças a aplicações, plataformas de ensino online e até à inteligência artificial, é possível aprender chinês em qualquer lugar do mundo, com recursos acessíveis e personalizados.

A Relação com o Mundo

Outro aspecto fundamental da modernização com características chinesas é a forma como a China se relaciona com o mundo. Longe estão os tempos em que o país se mantinha fechado.

Hoje, a China é um actor central na política internacional, seja através da ONU, do G20, dos BRICS ou de projectos de cooperação bilateral e multilateral. Mas esta relação não é de mera assimilação.

A China não procura “ocidentalizar-se”; procura dialogar, negociar, criar pontes. E esse é um exemplo importante para todos nós. Porque a verdadeira modernização não significa copiar modelos prontos, mas encontrar o equilíbrio entre aprender com os outros e afirmar a própria identidade.

Aos Meus Olhos: Uma Jornada Pessoal

Até aqui falei da modernização chinesa sob diferentes prismas: histórico, económico, social, tecnológico e internacional. Mas se este texto leva no título a expressão “aos meus olhos”, é porque existe também uma dimensão pessoal nesta reflexão.

E essa dimensão tem a ver com a minha própria paixão pela língua chinesa, com o projecto que desenvolvo através doAngopolyglot, e com o desafio diário que me acompanha: aprender mandarim. O primeiro contacto que tive com o mandarim não foi fácil.

Diferente das línguas europeias com que já estava mais familiarizado, o chinês parecia uma muralha quase intransponível. Os caracteres, com a sua beleza caligráfica, eram ao mesmo tempo fascinantes e intimidadores.

A pronúncia tonal exigia disciplina quase musical, e a estrutura gramatical parecia fugir às regras que eu conhecia. Mas quanto mais me aproximava dessa língua, mais percebia que estava diante de uma porta para outro universo. Foi nesse momento que a modernização chinesa deixou de ser apenas um tema distante e passou a ser uma fonte de inspiração pessoal. Se a China conseguiu reinventar-se sem perder a sua identidade, eu também poderia reinventar a minha forma de aprender, enfrentando os desafios do mandarim com paciência e criatividade.

O Angopolyglot como Espelho O Angopolyglot nasceu de um desejo profundo de partilhar a minha paixão por línguas e culturas. Mais do que um canal, tornou-se um espaço de encontro, onde diferentes vozes dialogam sobre o poder da linguagem como ponte entre mundos.

E quando penso na modernização chinesa, vejo um paralelo directo com o que tento construir. A China não se limitou a copiar modelos ocidentais; criou o seu próprio caminho, adaptado à sua realidade.

Da mesma forma, o Angopolyglot não é mera imitação de outros canais. Tem a sua identidade própria, marcada pela ligação a Angola, a África e à diversidade de línguas locais.

Assim como a China projecta a sua modernização para além das suas fronteiras, também eu sonho em projectar o Angopolyglot para além das minhas limitações pessoais, transformando-o numa plataforma de alcance global. Cada entrevista que realizo, cada conteúdo que produzo, cada conversa que incentivo é um exercício de colocar em prática este ideal: usar a tecnologia para ampliar horizontes, sem perder de vista as raízes.

O Meu Desafio: Aprender Mandarim

No coração desta jornada está um desafio muito específico: aprender mandarim. Não apenas como curiosidade académica, mas como compromisso pessoal. Porque acredito que dominar esta língua é compreender melhor um país que molda o nosso presente e definirá muito do nosso futuro. Para mim, o mandarim tornouse símbolo de modernização pessoal.

Cada caractere que memorizo é uma pequena vitória; cada frase que consigo pronunciar é um tijolo nessa construção. É um processo lento, mas profundamente transformador. A tecnologia tem sido minha grande aliada.

Aplicações móveis ajudam-me a memorizar caracteres; vídeos com legendas automáticas permitem-me praticar a escuta; inteligência artificial corrige a minha pronúncia. Tudo isto reflecte o mesmo espírito que vejo na modernização chinesa: usar a inovação como ferramenta, não como fim em si.

Modernização Colectiva Através das Línguas

Acredito que as línguas podem ser instrumentos de modernização colectiva. Em comunidades onde jovens têm pouco acesso a oportunidades, aprender um idioma estrangeiro pode abrir portas para empregos, bolsas e intercâmbios. É por isso que, no Angopolyglot, não me limito ao inglês, francês ou português.

Quero também trazer o mandarim para o centro da conversa. Porque compreender a língua chinesa é compreender uma das forças que moldam o século XXI.Imagino jovens angolanos a aprender chinês e a participar em projectos de cooperação internacional, a ocupar cargos de liderança em empresas multinacionais, a tornarem-se pontes vivas entre África e Ásia. Essa visão, para mim, é a concretização da modernização colectiva.

Aos meus olhos, a modernização com características chinesas é mais do que um processo económico ou político. É uma lição de vida. Mostra que é possível modernizar sem perder identidade, crescer sem deixar milhões para trás e inovar sem esquecer a tradição.

No meu percurso pessoal, esse modelo ecoa de diferentes formas: no desejo de aprender mandarim, no trabalho de partilhar o poder das línguas através do Angopolyglot, no uso da tecnologia como aliada, e na convicção de que cada pessoa pode encontrar o seu próprio caminho de modernização.

Se a China nos lembra que modernizar não é imitar, mas criar soluções próprias, eu também acredito que o aprendizado de línguas é uma forma de modernização pessoal.

Cada palavra nova aprendida é uma ponte erguida; cada idioma conquistado é uma porta aberta para o mundo. Assim sigo: com o mandarim como desafio e inspiração, com a tecnologia como parceira, e com o Angopolyglot como espaço de encontro.

Aos meus olhos, a modernização com características chinesas não é apenas um fenómeno distante: é uma metáfora para a minha própria jornada, um convite para reinventar-me e, quem sabe, ajudar outros a reinventarem-se também.

Por: BERNARDO SILVINO

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