Em Angola, o número de professores de Inglês sem qualificação vai crescendo dia após dia, e é com estes números que dizeres como “Não se aprende Inglês nas Escolas” tem o seu poder.
Estes profissionais, embora dedicados, não possuem formação específica na área de inglês, o que tem afectado sobremaneira a qualidade do ensino e aprendizado da Língua. Neste texto, vamos trazer a realidade por trás de tudo isso, juntamente com as suas implicações para o sistema educacional e possíveis soluções para melhorar a qualidade do ensino de Inglês em Angola.
A formação de professores é um tema amplamente discutido por vários autores. Por exemplo, António Nóvoa (1995) enfatiza a importância de uma formação que valorize a autonomia dos professores e os prepare para lidar com as complexidades da profissão.
Para ele, a formação deve proporcionar espaços para o desenvolvimento do autoconhecimento e da autorreflexão sobre as dimensões pessoais, profissionais e colectivas do professorado. Já Bernadete Gatti (2009) destaca a necessidade de uma formação que articule teoria e prática. Ernesto Jorge Margarida (2023) é um dos autores angolanos que discute sobre a formação de professores em Angola, destacando os desafios e o perfil do professor.
Teófilo e Ezequiel são dos poucos profissionais do Ensino do Inglês que abordam sobre a necessidade de formação dos professores de Inglês nos seus cursos de Teacher Training, desde a formação inicial à formação contínua.
Para eles, a aposta nessas duas modalidades de formação, evitará que surjam “Intruders” e “Mercenaries” no que toca ao ensino do Inglês, pois que a presença deste tipo de professores pode ter várias implicações negativas para o sistema educacional do pais, nomeadamente baixa qualidade do ensino de Inglês, pois, professores sem formação adequada podem não ser capazes de fornecer um ensino de qualidade, o que pode afectar o desempenho dos alunos.
Face a essa situação de professores sem a formação adequada, constatam-se inúmeros constrangimentos ao longo do processo de ensino e aprendizagem, nomeadamente dificuldades de aprendizagem dos alunos, uma vez que alunos que não recebem um ensino de qualidade podem ter dificuldades em aprender a língua Inglesa, o que pode afectar sua capacidade de comunicação e oportunidades futuras.
Não menos importante, pode-se ainda constatar a desmotivação dos alunos em aprender a língua em virtude dessa falta de professores qualificados. Este cenário tem resultado em aulas desmotivadoras e desinteressantes.
Existem várias razões que contribuem para entrada de professores Intruders e mercenaries no contexto de ensino em Angola, conforme já mencionado no presente texto, dentre as quais podemos mencionar três.
Primeiro, necessidades de profissionais nas instituições privadas de ensino que precisam de professores para preencherem as vagas disponíveis, mesmo não tendo formação específica para o exercício do ofício, neste caso, o professorado.
Segundo, a demanda por professores de Inglês supera a oferta de profissionais formados na área. Finalmente, a falta de incentivos e condições de trabalho pode dificultar a atração e retenção de professores qualificados. O desafio dos professores intrusos de Inglês em Angola é um tema complexo que requer atenção e acção.
Para superar este desafio, é fundamental investir na formação de professores, oferecer apoio e recursos adequados e implementar políticas eficazes que promovem a valorização da profissão docente.
Somente com esforço conjunto e sustentado, podemos garantir que os alunos angolanos recebam a educação de qualidade que merecem e sejam capazes de alcançar seu pleno objectivo. Já basta com dizeres “Não se aprende Inglês nas Escolas” por causa dos Intruders que falham nas metodologias.
Por: Capela João Nd ungidi









