Era praticamente previsível. Apesar da confiança que os apoiantes de Rafael Massanga Sakaita Savimbi pudessem ter, por conta de supostos actos de má gestão a nível da UNITA ou ainda uma eventual desagregação, conforme avançavam alguns dos seus indefectíveis, a reeleição de Adalberto Costa Júnior dificilmente seria beliscada. ontem, no SOVSMO, quartel-general do Galo Negro, confirmou-se aquilo que há algumas semanas era um dado adquirido.
Detentor da máquina partidária, contando para tal com os principais cabos eleitorais da organização, o líder da UNITA foi reeleito com uma cifra que acaba por não levantar questionamentos. Meio a brincar, meio a sério, como se soe dizer, em alguns círculos se diz mesmo que Adalberto Júnior teve uma vitória à dimensão daquelas que só se verificam em processos eleitorais que muitos rotulam como não transparentes, devido à diferença abismal.
O que não se pode acreditar que possa ter ocorrido no conclave que ontem terminou, onde o seu adversário teve somente 10 por cento dos 100 possíveis. A esta hora, como é evidente, Rafael massanga e seus pares poderão estar a fazer contas sobre os resultados e as razões que podem ter ditado desastrosa derrota. Embora a olho nu, sem muito esforço, se possa tirar algumas ilações, independentemente das acusações que lhe foram imputadas pelo seu adversário, Adalberto Júnior, com maior ênfase para os dizeres em malanje, onde lhe imputava forças externas.
EM todo o caso, apesar de ter perdido, Massanga parece ter colocado o seu tijolo na fila para os próximos desafios, mormente depois de 2027, altura em que o presidente reeleito será colocado à prova em mais uma missão colossal: as eleições gerais.
Quando há três anos concorreu em nome da UNITA, socorrida pelo Bloco Democrático e pelo PRA-JA Servir Angola, Adalberto Júnior obteve 90 deputados. Porém, além da força interna, está também por demais comprovado que o braço do então amigo de Abel Chivukuvuku terá influenciado sobremaneira os frutos colhidos.
Aliás, quando Chivukuvuku e pares decidiram assumir as rédeas do partido já legalizado, foi notória a saída dos quadros a nível do Parlamento. o suspense actualmente é se a manutenção da actual liderança, conforme escolheram os delegados, venha a traduzir-se igualmente numa melhoria a nível dos objectivos, entre os quais a possível alternância que há 50 anos a UNitA vai buscando, hoje com um terceiro presidente.
A aposta na mesma ficha só será vantajosa aos olhos de muitos se os seus desideratos forem atingidos. Caso contrário, antes mesmo de concluir o segundo mandato, aumentarão os sinais daqueles que há muito também auspiciam o lugar. e a lista será ainda mais longa do que agora, em que apenas Rafael Sakaita se atreveu enfrentar o líder, pensando certamente no que vem depois de 2027.









