O Presidente da República, João Lourenço, afirmou nesta quinta-feira, no Soyo, que a nova Fábrica de Tratamento de Gás marca o início de uma nova etapa para o país, ao garantir a produção de gás não associado e abrir caminho para mais emprego, mais indústria e maior contribuição para a economia nacional
O Chefe de Estado inaugurou ontem, no município do Soyo, província do Zaire, a primeira infra-estrutura do país dedicada à produção e transformação de gás não associado — um passo que classificou como “um marco no processo de transição energética” e uma oportunidade rumo à diversificação da economia nacional.
João Lourenço, que falava em conferência de imprensa após descerrar a placa e cortar a fita que marca a inauguração desta importante e imponente infra-estrutura, recordou que o país “foi sempre um grande produtor e exportador de petróleo”, mas que enfrentava limitações no sector do gás por depender essencialmente do gás associado. Segundo explicou, a viragem começou com as decisões tomadas em 2018 e 2019.
“Criámos uma legislação que protegesse os investidores e, no ano seguinte, formámos o novo consórcio. Com estas duas medidas, temos aqui o primeiro resultado; começamos a produzir e a transformar gás não associado”, disse. O Presidente afirmou que as jazidas ao longo da costa onde se acha a nova Fábrica de Tratamento de Gás do Soyo garantem maior capacidade de produção e colocam Angola num mercado internacional onde o gás “tem grande procura, é menos poluente e tem bom preço”. Por isso, considerou que os benefícios para o país “são bastante promissores”.
Emprego e novas indústrias
Questionado sobre o impacto directo para a população, João Lourenço apontou o emprego como o primeiro grande ganho. “Já durante a construção foram admitidos muitos jovens angolanos. E virá muito mais emprego”, reiterou o Titular do Poder Executivo. Ademais, anunciou que o gás produzido nesta unidade vai alimentar uma futura fábrica de fertilizantes no mesmo município, o que, segundo o Presidente, será crucial para o desenvolvimento da agricultura. “O país vai passar a produzir fertilizantes. Isso significa mais indústria, mais empregos e mais impacto económico”, notou.
Quanto aos efeitos sociais, o Presidente da República afirmou que os novos empreendimentos terão também impacto directo na vida das famílias, ao sublinhar que “quem conseguir emprego nestas unidades tem família”. “Vamos melhorar a vida não de uma pessoa, mas de várias. Sempre que surge uma indústria, contribuímos para a melhoria das condições de vida de centenas ou milhares de famílias”, disse A inauguração da Fábrica de Tratamento de Gás reforça, segundo João Lourenço, o compromisso do Executivo com a transição energética e com a criação de oportunidades económicas além do petróleo.
“O gás que move o futuro não espera pelo sol — Angola dá hoje um passo histórico” Já o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, afirmou que o início das operações do novo Consórcio de Gás confirma a determinação de Angola na consolidação da sua soberania energética, aceleração do processo de industrialização e a transformação do gás natural num motor para o desenvolvimento económico e social do país.
No evento, que iniciou sob alguma chuva, Diamantino de Azevedo enfatizou, perante o Presidente da República, e em resposta ao governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, que “em Angola, o gás que move o futuro não espera pelo sol”. O titular do pelouro do Petróleo e Gás sublinhou que a inauguração do novo consórcio — que integra as plataformas Quiluma e Maboqueiro, um sistema de transporte de 50 quilómetros e a nova planta de tratamento em terra representa um marco estratégico para o país.
O ministro recordou que esta é a primeira infra-estrutura dedicada ao gás natural não associado ao petróleo no país, alcançada seis meses antes do previsto, e que traduz “a afirmação de Angola como um país que avança com determinação para o desenvolvimento sustentável, para a diversificação económica e para a soberania energética”.
Diamantino de Azevedo sublinhou também que o projecto cumpre as orientações directas do Presidente João Lourenço, que determinou a transformação do gás natural num pilar da industrialização nacional. “Durante anos queimámos gás associado ou reinjetámo-lo. O gás não associado continuava sem desenvolvimento por falta de legislação. Hoje invertemos definitivamente esse quadro.”









