Encerrou ontem, em Luanda, a 7.ª Cimeira União Africana- União Europeia (UA- UE), evento que decorreu sob o signo “Promover a paz e a prosperidade através de um multilateralismo eficaz”. no final do encontro, o Presidente da República de Angola e da União Africana, João Lourenço, reiterou que a parceria entre África e europa entra numa nova dinâmica marcada pela necessidade de uma maior cooperação nos domínios da paz e segurança, industrialização, transição energética e mobilidade humana
Naquela que foi a declaração final da Cimeira, o Chefe de Estado angolano sublinhou que o encontro “termina com êxito”, após dois dias de negociações “intensas e produtivas”, reiterando que a relação entre os dois continetes “deve traduzir-se em acções concretas que melhorem a vida das populações”.
O Presidente João Louren- ço defendeu ainda um multilateralismo mais forte, capaz de responder às crescentes crises, e salientou que África não pode continuar a ser vista apenas como mercado consumidor, mas sim como parceiro estratégico na industrialização, energias verdes e digitalização. O Presidente insistiu, igualmente, no combate ao terrorismo, ao extremismo violento e ao crime organizado, tendo apelado a “esforços conjuntos, coordenados e sustentáveis” para a preservação da paz mundial.
Papel da juventude e das organizações da sociedade civil
Já o presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, descreveu a Cimeira como “um marco de renovação da parceria” e frisou que o futuro das relações UA-UE dependerá da capacidade dos blocos de tornarem a cooperação “mais inclusiva, participativa e orientada para resultados”. Mahmoud Ali Youssouf sublinhou que a participação activa da sociedade civil e dos jovens, cujo fórum decorreu antes da Cimeira, demonstra que “as populações estão no centro das decisões”. Considerou ainda essenciais os investimentos europeus em infra-estruturas, energias limpas, agricultura e digitalização, pilares que, no seu entender, devem acelerar a implementação da Agenda 2063 das Nações Unidas.
Europa comprometida com a paz mundial Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a União Europeia está empenhada em consolidar a parceria com África num tempo em que “o sistema multilateral está sob pressão” e em que ambos os continentes enfrentam desafios como conflitos, tensões geopolíticas e impactos climáticos.
António Costa lembrou, também, que o velho continente continua a ser o principal parceiro económico de África e sublinhou a importância do programa europeu Global Gateway, mecanismo que deverá mobilizar centenas de milhões de euros para infra-estruturas estratégicas no continente. Defendeu ainda a reforma da governação global, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, visando garantir maior representatividade africana.









