A economia angolana, desde 11 de novembro de 1975 – data da independência do país -, tem passado por diversos desafios. Entre a mudança de modelo económico – de uma economia centralizada para economia de mercado, e as diferentes reformas econômicas adotadas ao longo do tempo.
Todo o esforço despendido até à presente data visam, no essencial, diversificar a economia e tornar o país mais resiliente aos choques externos. A dependência da economia ao petróleo tem exercido forte pressão sobre as finanças públicas, tornando-as vulneráveis às oscilações do preço do barril no mercado internacional.
Todavia, um dos grandes desafios das últimas décadas tem sido a redução desta dependência. por essa razão é que Executivo tem vindo a adotar uma série de medidas — algumas delas consideradas impopulares — com o objetivo de promover uma economia mais diversificada, sustentável e menos vulnerável às flutuações do setor petrolífero.
Após várias reformas económicas – e logo no ano em que o país celebra o jubileu dos 50 anos de Independência, destaca-se uma novidade marcante: a proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2026 apresenta, pela primeira vez, um saldo positivo resultante dos esforços de diversificação económica.
O dado mais significativo é que previsão orçamental de 2026 aponta para receitas não petrolíferas na ordem dos 11 mil milhões de dólares, superando as receitas provenientes do petróleo, estimadas em cerca de 8 mil milhões de dólares. Este feito constitui uma prova inequívoca de que as políticas económicas implementadas ao longo dos últimos anos têm conduzido o país rumo a uma maior autonomia em relação ao petróleo, consolidando as bases de uma economia mais diversificada, resiliente e sustentável.
Em 2026, o produto Interno bruto (pIb) deverá crescer 4,2%, superando o crescimento de 3% registado em 2025. A taxa de inflação deverá atingir 13,7%, valor inferior aos 17,5% observados em 2025, refletindo um cenário económico mais estável. No mesmo sentido, o rácio da dívida pública deverá situar- se em 45,3% do pIb, abaixo dos 55,1% registados em 2024 e dos 49,2% previstos para 2025 — valores que permanecem bem dentro do limite legal de 60%. Estes números traduzem uma trajetória positiva para a economia nacional e um alívio para as famílias angolanas.
São também ganhos dos 50 anos. Viva a independência! São os angolanos — livres e em paz — que continuam a construir o seu próprio caminho rumo ao desenvolvimento sustentável. É a Festa da Dipanda! O OGE de 2026 foi elaborado com base num preço médio do barril de petróleo de USD 61. A produção petrolífera nacional de- verá situar-se em cerca de 1,050 milhão de barris por dia, ligeiramente abaixo da média de 1,060 milhão de barris por dia registada em 2025.
Esta redução de- ve-se, em parte, a paralisações temporárias em alguns blocos de produção para fins de manutenção. A boa notícia é que, para 2026, estão previstos novos desen- volvimentos operacionais, com a entrada em funcionamento de novos poços de petróleo.
Paralelamente, o sector não petrolífero beneficiará de maiores investimentos, destinados a reforçar a capacidade produtiva nacional, sobretudo na cadeia alimentar. Com efeito, o país segue com passos firmes no caminho da diversificação económica e da estabilidade macroeconômica. para o ano de 2026, o desempenho económico nacional deverá registar crescimentos significativos em vários sectores, refletindo os esforços de diversificação da economia e de reforço da produção interna.
As estimativas por sector apontam para o seguinte:
1 – Diamantes, minerais metálicos e Não metálicos – estima- se um crescimento de 9,53%, impulsionado pelo aumento da produção diamantífera, que deverá atingir 16,2 milhões de qu lates, e pela entrada em funcionamento de quatro novos depósitos aluviais secundários.
2 – pescas e seus Derivados – prevê-se um crescimento de 8,51%, dinamizado pela implementação de projectos de pesca artesanal e de aquicultura, que visam o aumento da produção e a melhoria da segurança alimentar.
3 – Transportes e Armazenagem – projeta-se um crescimento de 8,48%, alavancado pela operacionalização do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, pela conclusão do porto do Caio, na província de Cabinda, pela modernização e construção de vários troços rodoviários, pela aquisição de novas automotoras, e pelo início da construção do metro de Superfície de Luanda.
4 – Agricultura e Silvicultura – antecipa-se um crescimento de 6,56%, sustentado pela disponibilização de insumos agrícolas para apoiar as explorações das famílias e das empresas, reforçando a produção interna e a segurança alimentar.
5 – Distribuição de Eletricidade e água – espera-se um crescimento de 5,53%, resultante da expansão e melhoria da cobertura dos serviços de eletricida- de e abastecimento de água em várias regiões do país.
6 – Indústria Transformadora e Comércio – prevê-se um crescimento de 5,34%, sustentado pela redução da capacidade ociosa industrial, que deverá passar de 31% para 20%, entre outras medidas de estímulo à produção e à competitividade do sector. Contudo, os números falam por si — e animam a euforia da nossa Dipanda. O ano de 2026 afigura-se como um tempo de esperança, e tudo indica que as famílias sentirão um maior alívio nas suas contas. A nota adicional é que, no próximo ano, o Estado irá admitir novos quadros na função nos sectores da saúde, educação, ensino superior entre outras áreas da administração pública.
POR: BENJAMIM DUNdA









