A disputa pelo cadeirão máximo da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) levou, no último fim-de-semana, os candidatos Rafael Massanga Savimbi à província de Cabinda e Adalberto Costa Júnior ao Uíge, com o objectivo único de convencer o eleitorado, tendo em vista o XIV Congresso Ordinário, que decorrerá de 28 a 30 do corrente mês
Ao dirigir-se aos militantes, Rafael Massanga Savimbi, que efectuou a sua campanha eleitoral no sábado, sob o lema “Todos Contam”, começou por abordar a importância do processo democrático interno no seio da UNITA.
Na sua visão, este processo deve ser trabalhado e aprofundado, pois é com base na prática da democracia dentro do partido que se poderá contagiar positivamente e reflectir essa experiência a nível nacional. Massanga destacou que, embora este ensaio democrático diga respeito apenas às estruturas internas da UNITA, o partido tem vocação nacional. Por isso, todos os seus actos e comportamentos colectivos devem reflectir uma visão voltada para o fortalecimento da democracia no país.
No mesmo discurso, Rafael Massanga Savimbi fez referência à situação social e económica que se vive na província de Cabinda, apontando como exemplo a ligação entre Cabinda e o restante território nacional, que se faz quase exclusivamente por via aérea Segundo ele, esta ligação tornouse extremamente vulnerável e desorganizada, transformandose “num negócio de ninguém”, em que os bilhetes são comprados e vendidos de qualquer maneira.
O “candidato da esperança” considerou que esta situação é reflexo de má governação e defendeu a necessidade de uma mudança e alternância no poder, de forma a corrigir esses problemas estruturais. Rafael Massanga Savimbi afirmou que a questão de Cabinda não pode ser resolvida pela força, mas sim por meio de um diálogo franco e inclusivo, defendendo que é essencial ouvir todas as forças vivas da província e não apenas aquelas que interessam às partes envolvidas nas negociações.
Lembrou que Cabinda é uma província com diversas sensibilidades e forças vivas, e que uma solução duradoura só poderá ser encontrada com a participação efectiva de todas elas. Por seu turno, a sua mandatária, Amélia Ernesto, afirmou que o foco desta campanha não é apenas convencer o eleitorado, mas sim reconectar o partido à sua base moral e histórica, sublinhando que o seu candidato une gerações, fala a linguagem da juventude e respeita os alicerces que fundaram a UNITA.
Acrescentou igualmente que a campanha de Rafael Massanga Savimbi propõe uma mudança de mentalidade e de estilo de liderança, procurando apoiar-se nas bases e ser mais aberta ao diálogo intergeracional.
Campanha de Adalberto Costa Júnior no Uíge
Até ao fecho desta matéria, a equipa do Jornal OPAÍS tentou, por várias vezes, estabelecer contacto com a mandatária desta campanha, Navita Ngolo, e com o porta-voz, Adriano Sapinala, porém, não obteve resposta. Entretanto, e sem fugir ao que tem sido habitual, Adalberto Costa Júnior apresentou o programa da sua recandidatura à liderança do maior partido da oposição, tendo como principal desafio a conquista do poder em 2027.
Na província do Uíge, Adalberto Costa Júnior manteve um encontro com os militantes do partido, sublinhando que a sua recandidatura assenta num programa que visa transformar o país numa Angola inclusiva, que abrace todos os angolanos.
Adalberto Costa Júnior prometeu que, caso um dia chegue ao poder, a UNITA implementará diversas reformas para melhorar o país, com destaque para a realização das eleições autárquicas, a eleição directa do Presidente da República e a despartidarização das instituições do Estado.
Campanha em Cabinda cancelada
A direcção da Campanha do candidato Adalberto Costa Júnior, número 2 no sorteio da Comissão Eleitoral, informou, no domingo, aos delegados da província de Cabinda ao XIV Congresso da UNITA que, por força de sucessivos adiamentos dos voos naquele destino, registados ao longo do dia 9 de Novembro (17h e 19h), e devido à incerteza sobre a programação da companhia, a chegada do candidato será oportunamente anunciada.
O documento enviado ao Jornal OPAÍS lembrou que estes adiamentos e as consequentes dificuldades enfrentadas pelos passageiros são exactamente um reflexo da má gestão da TAAG, companhia pública de bandeira, expondo a incompetência da Administração Política, que precisa de ser substituída imediatamente.









