Os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros do Cubango localizaram, na quarta-feira, uma cabeça de crocodilo do Nilo no rio Cuebe, em circunstâncias que apontam para o abate clandestino do animal, informou o porta-voz da corporação, Albano Cutarica. Segundo o responsável, não há ainda uma explicação conclusiva sobre o caso, uma vez que situações do género raramente recebem acompanhamento investigativo por parte das comunidades.
No entanto, os indícios recolhidos no local sugerem que o animal terá sido capturado e abatido por populares, através de armadilhas artesanais utilizadas em práticas de caça e pesca. Albano Cutarica explicou que o crocodilo pode ter ficado retido num fio armadilhado, sofrendo ferimentos graves até ser morto, sendo que, após o abate, o autor ou autores terão decapitado o animal.
“O que é facto é que, no rio, estava apenas a flutuar a cabeça. A restante carcaça não foi encontrada, podendo ter sido consumida ou descartada noutro ponto do curso de água”, referiu. O porta-voz adiantou que os restos encontrados foram prontamente recolhidos e incinerados pelos serviços, como medida preventiva de saúde pública e de preservação ambiental.
Albano Cutarica confirmou ainda que este é o quarto caso, no espaço de um mês, de resgate de carcaças desta espécie de animal, relatando que o episódio mais recente tinha ocorrido no município do Calai, igualmente associado ao uso de armadilhas artesanais por presumíveis pescadores.
O responsável clarificou também que, apesar de a população usar frequentemente o termo “jacaré”, a região não possui esta espécie no seu território.
“Trata-se de crocodilo do Nilo, uma das três espécies existentes na região, a par do crocodilo-anão africano e do crocodilo de focinho fino”, explicou. Albano Cutarica reforçou o apelo à população para evitar práticas de caça ilegal e denunciar situações que ponham em risco a vida selvagem e o equilíbrio ecológico da província.









