Por vezes, um jogo deixa de ser apenas um jogo. Torna-se um símbolo — e símbolos moldam Nações. A decisão de trazer a bicampeã mundial Argentina para defrontar Angola, no dia 14 de Novembro, tem gerado debate.
Alguns chamaram-lhe interferência política no desporto. Mas a história ensina-nos algo diferente: grandes nações não se escondem atrás do desporto — avançam através dele.
Nações que compreenderam o século XXI transformaram o desporto em diplomacia, economia, ciência, coesão e orgulho nacional. Chamam-lhe soft power – poder de influência, prestígio e narrativa global.
O Ruanda colocou o seu nome nas camisolas do Arsenal e hoje é case study mundial. O Qatar organizou um Mundial e tornou-se um actor geopolítico global. Os Estados Unidos fizeram do basquetebol uma língua universal.
Portugal, com Cristiano Ronaldo, exportou reputação e turismo. Marrocos reescreveu o mapa do futebol africano com planeamento estratégico. O que Angola está a fazer não é interferência. É despertar.
O Papel do Estado não é assistir — é liderar O Estado não escolhe convocados, não mexe em arbitragens, não determina tácticas. O seu dever é outro: abrir portas que, sozinho, o desporto não conseguiria abrir. O Ministro da Juventude e Desportos esclareceu este ponto de forma transparente, recentemente, na TV Zimbo.
O Governo fez o que Estados responsáveis fazem quando querem elevar o País: usou a diplomacia para criar uma oportunidade histórica para Angola. E vale uma reflexão séria: Se o Estado não tivesse actuado, a Argentina viria? E se não viesse, quantos anos mais Angola esperaria por um momento como este? Chamar a isso interferência é não compreender o que está em curso.
Chama-se visão. Chama-se política pública de elevação do desporto. Chama-se liderança estratégica. Angola Está a Enviar uma Mensagem ao Mundo A presença da Argentina em Angola não é um acaso, nem um luxo. É um anúncio silencioso, mas poderoso: Angola não quer ser espectadora — quer ser protagonista no desporto mundial.
Este jogo é um catalisador. Ele permite:
•Inspirar milhões de jovens
•Acelerar o investimento em infra-estruturas
•Gerar notoriedade internacional
•Atrair turismo, patrocinadores e media global
• Fortalecer a economia e a marca-país
• Colocar Angola no mapa da diplomacia desportiva E tudo isto começa com um pontapé de saída. O Debate Certo Não é “Porque o Estado Agiu?” — é “Porque Não Agiria?” O verdadeiro debate que Angola deve fazer é outro: Num País com 65% da população jovem, queremos que o desporto seja um luxo ou um motor de desenvolvimento? A resposta de uma Nação que acredita no seu futuro é simples: O desporto deve ser educação, economia, saúde, identidade e sonho colectivo.
Esta geração, que nasceu pósguerra, não quer apenas sobreviver. Quer voar. Um Jogo que Vai Muito Além dos 90 Minutos Se Angola vencer, ganhará orgulho. Se perder, ganhará experiência e visibilidade.
Mas, independentemente do resultado, Angola já venceu — porque ousou. A história não aplaude os que ficam no seguro. Aplaude os que arriscam mover a linha da história do seu país.
O 14 de Novembro não será apenas um jogo. Será um capítulo. E pode vir a ser o capítulo que marca a transição de Angola de aspirante a referência no continente.
E Quando a História For Escrita… Que se diga com verdade: Angola não interferiu no desporto. Angola investiu nele. Angola não manipulou o desporto.
Angola mobilizou-o para construir Nação. E se este for o primeiro de muitos passos — como deve ser — então um dia diremos que foi aqui que começou a nova era do desporto angolano.
Por: EDGAR LEANDRO









