Especialista reforça que a introdução da vacina em Angola é uma medida de saúde pública e não uma imposição política
A médica obstetra e ginecologista Eurídice Chongolola, directora dos serviços ambulatórios da Maternidade Lucrécia Paim, apelou aos pais e encarregados de educação a não associarem a vacina contra o HPV a uma imposição política, salientando que a medida “tem base científica e epidemiológica”.
Especialista reforça que a introdução da vacina em Angola é uma medida de saúde pública e não uma imposição política, defendendo a adesão das famílias para proteger as meninas do cancro do colo do útero. Segundo a especialista, Angola regista mais de duas mil mortes por ano devido ao cancro do colo do útero, uma das principais causas de morte entre as mulheres no país.
Por essa razão, frisou, a introdução da vacina no calendário nacional é uma decisão de saúde pública, e não de natureza política. “O país já deveria ter vacinado as meninas há muito tempo.
A introdução da vacina tem uma base epidemiológica. Sabemos a história do cancro do colo do útero em Angola, e é por isso que precisamos agir. Mais de duas mil mulheres morrem todos os anos por esta doença”, destacou Eurídice Chongolola.
“Vacinar é um ato de amor e de proteção futura. Esta vacina previne o cancro do colo do útero, responsável por mais de 30% dos casos de cancro em Angola”, frisou. A especialista apontou Portugal e o Ruanda como exemplos de sucesso.
Em Portugal, a cobertura vacinal chega a 95%, com impacto direto na redução de lesões pré-cancerígenas. Já no Ruanda, um dos primeiros países africanos a introduzir a vacina do HPV tanto em meninas como em meninos, os casos de verrugas genitais e de cancro do colo do útero reduziram drasticamente. “É isso que Angola quer alcançar: uma geração mais saudável, livre de doenças preveníveis”, sublinhou Chongolola.









