“Eis que faço novas todas as coisas”. Esta passagem bíblica, encontrada no livro de Apocalipse 21:5, é o lema que está a iluminar e a conduzir o Congresso Nacional da Reconciliação, que está a ser realizado pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), com o objectivo de reconciliar os angolanos. O evento, que Luanda acolhe de 6 a 9 de Novembro, acontece nas vésperas do jubileu da Independência Nacional
Arrancou ontem, em Luanda, o Congresso Nacional da Reconciliação, promovido pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) da Igreja Católica. O evento, que decorre de 6 a 9 de Novembro, reúne os representantes dos partidos políticos, autoridades eclesiásticas e tradicionais, membros da Sociedade Civil, entidades judiciais, médicos, professores e cidadãos em geral para revisitarem a história e reflectir sobre o futuro do país com foco no processo de reconciliação nacional.
Na sua mensagem para a abertura do evento, o presidente da CEAST, Dom Manuel Imbamba, referiu que a dimensão espiritual de cada processo é muito importante e necessária nesta hora em que os angolanos festejam os 50 anos de Independência Nacional e, como igreja, a CEAST pretende proporcionar este ambiente tendente a edificar e propagar a confiança mútua, o diálogo enriquecedor, a tolerância acolhedora, a inclusão significante, o amor renovador, a justiça restauradora, o perdão pacificador e a amizade social.
“Achamos que, além do entusiasmo efusivo que a efeméride provoca, a ocasião deve ser também aproveitada para uma introspecção pessoal e colectiva que proporcione um momento restaurador para toda a nossa nação.
Por isso, para esta mesa nacional convidamos todas as sensibilidades sociais do nosso país para que, à luz da experiência bíblica do jubileu, possamos revisitar a nossa história nos seus altos e baixos, ganhos e fracassos, e nela tirarmos lições importantes e impactantes que nos vão levar a fazer novas todas as coisas, a começar por nós mesmos”, disse.
Dom Imbamba sublinhou que o longo e penoso processo de reconciliação nacional continua a animar a acção social da CEAST, que procura construir pontes entre os corações desavindos, sobretudo por razões políticas e não só, entre as instituições, famílias e cidadãos.
“É nossa convicção que, sem a mística cristã, o processo de reconciliação e da pacificação dos espíritos não produzirá os frutos esperados. Continuaremos reféns dos nossos recalcamentos, ressentimentos, fantasmas e vontade de vingança”, avançou o clérigo.
Dom Manuel Imbamba assegurou que a tarefa de reconciliar os angolanos continuará a ser feita todos os dias, até que cada um se habitue a encarar as suas diferenças como oportunidades únicas para fortalecer os ideais pátrios, enriquecer mutuamente e dar saltos qualitativos de desenvolvimento integral e de realização plena.
O Congresso Nacional de Reconciliação, segundo a CEAST, é um encontro nacional de autoavaliação e de busca de novos rumos para o futuro dos angolanos.
Pretende estabelecer um compromisso comum para com o futuro da nação angolana e produzir uma carta do cinquentenário, onde os angolanos possam ver espelhadas as correcções dos erros cometidos e uma nova proposta de vida social.









