O secretário de Estado para as Finanças, Ottoniel Santos, defendeu, quinta-feira, em Luanda, a criação de instrumentos financeiros específicos para apoiar projectos ligados à Economia Azul, com vista a garantir equilíbrio entre a rentabilidade económica e a preservação dos recursos marinhos. Estes instrumentos visam financiar projectos que conciliem desenvolvimento económico com conservação ambiental e sustentabilidade.
Ao intervir no painel “Governança para Economia do Mar, na Conferência Internacional sobre Pesca e Aquicultura Sustentável, o governante salientou que, tradicionalmente, os projectos do sector dependiam apenas de financiamento público ou dos mecanismos convencionais do mercado financeiro, pouco flexíveis para atender às particularidades da conservação marinha. Segundo ele, a inovação nos instrumentos financeiros é crucial para que o sector cresça de forma sustentável.
Como exemplos internacionais, citou como o Blue Bond das Seychelles e as S-Shares que permitem financiar iniciativas de conservação com retorno económico, o que evindecia a economia azul e tem potencial de desenvolvimento similar ao do mercado de carbono.
Explicou que em Angola, existem projectos do ministério das Pescas e Recursos Marinhos já financiados com mais de 10 milhões de dólares, acções que demonstram interesse e capacidade de implementação.
O secretário ressaltou que o mercado global da economia azul tem potencial estimado em 15 mil milhões de dólares, o que exige que o país prepare instrumentos financeiros adequados, fundamentados em pesquisas e dados técnicos.
“O grande desafio é garantir que a busca por rentabilidade não comprometa a preservação do ambiente marinho, ao mesmo tempo que se aproveitam oportunidades económicas”, disse.
A conferência, que encerra hoje, aborda temas como governação, cooperação, mudanças climáticas, inclusão de género e financiamento, sob o lema “Pesca Responsável e Aquicultura Sustentável: Um desafio, um compromisso e uma missão unindo a Nação”.
Participam mais de 300 convidados, incluindo representantes da Namíbia, África do Sul, Gana, Tanzânia, Camarões, Portugal, Espanha, Brasil, Noruega e Alemanha, além de organizações internacionais e parceiros estratégicos do sector.









