Com pompa e circunstâncias, o Uíge ganhou ontem o Estado de Futebol Vicy António, em homenagem ao futebolista da referida província, que se notabilizou na Selecção Nacional, 1.º de Maio e num clube local. Foi bom ver o ambiente festivo que marcou a entrada em funcionamento da infra-estrutura que custou ao Estado angolano mais de 30 milhões de dólares norteamericanos, uma cifra que não deixou de merecer reparos dos uigenses e de muitos angolanos.
Ainda assim, quem vê o velhinho Estádio 4 de Janeiro, que em tempos foi palco de uma tragédia num jogo do Girabola, entenderá a dimensão e a necessidade imperiosa que a terra do Bago Vermelho possuía para ver nascer um espaço similar. Além do futebol, há uma pista de atletismo de fazer inveja. Uma das poucas no país que viu nascer José Sayovo.
Uma terra que ao longo das décadas passadas testemunhou muitos fundistas e não só. Talvez o Estádio do Huambo, que se diz que venha a ser inaugurado nos primeiros meses do próximo ano, venha também a conhecer conhecer condições semelhantes, que vão, seguramente, dar um novo ímpeto ao futebol e ao atletismo.
Com as suas principais equipas afastadas do Girabola, é provável que se registem no local partidas para a segunda divisão e outras das competições internas num ambiente mais aprazível para os uigenses e clubes que se deslocarem à província. Com as portas abertas, os debates nos últimos dias têm sido em torno do futuro da infra-estrutura, ou seja, a sua manutenção sobretudo.
Quem viu a pompa com que se inauguraram os estádios para o Campeonato Africano de 2010, o único realizado no país, tem noção ainda dos estádios luxuosos e que davam inveja, mas que, com o andar do tempo, se foram transformando em autênticos elefantes brancos nos nossos dias.
As imagens do Estádio do Tchiazi, em Cabinda, ainda evidenciam a letargia e a falta de manutenção das infra-estruturas no país, muitas das quais ainda continuam sob o domínio do Estado, quando urge que passem para a gestão privada responsável, por meio de um verdadeiro concurso público.
Noutras latitudes, além da componente desportiva, os estádios acabam por envolver outros serviços, que tornam as referidas obras mais rentáveis. E é o que se esperava de muitas infra-estruturas do género em Angola, entre as quais os estádios e pavilhões que foram sendo construídos ao longo dos últimos 20 anos.
Infelizmente, tem sido depois o próprio Estado a refazer os espaços, alocando mais dinheiro do que o necessário, como se observa em Luanda, no Estádio 11 de Novembro, e anteriormente na Tundavala, na Huíla, e Ombaka, em Benguela. Espera-se que o campo Vicy António, aberto ontem no Uíge, não siga a mesma toada.
			




							



