Os acordos entre os dois bancos comerciais angolanos, nomeadamente o Banco de Fomento de Angola (BFA) e o Standard Bank de Angola (SBA), celebrados recentemente com bancos estrangeiros, poderão facilitar a entrada e saída de dólares na economia angolana, após cerca de dez anos. Entretanto, economistas explicam as especificidades e os ganhos para Angola
Ao fazer uma antevisão do mercado cambial e o impacto das transacções que poderão ser efectuadas entre os bancos comercias, o economista Pascoal Guimarães afirmou que o acordo trata da possibilidade de os bancos voltarem a domiciliar contas em bancos nos Estados Unidos.
Para o analista a medida vai permitir a realização de transacções financeiras de Angola para os EUA, e vice-versa, por vias dos bancos e de seus correspondentes no exterior. Avança que a entrada e saída de dólares na economia angolana poderá ser facilitada pelo acordo. Entretanto, Pascoal Guimarães alerta que Angola apenas terá um saldo positivo quando as ransferências para o país forem superiores às transferências efectuadas para fora.
“O acordo vai facilitar a entrada de dólares no país e teremos saldo positivo com isso apenas quando as transferências para o nosso País forem superiores às transferências para os EUA”, disse. O economista avançou ainda que os efeitos das transações vai ter um impacto significativo no contexto macro-econmómico actual se o país atrair mais investidores.
“Não se pode prever em quanto tempo começar-se-á a sentir os efeitos das transacções que serão realizadas, todavia, ainda que tais efeitos começarem a ser sentidos, não serão significativos a ponto de mudarem o contexto actual caso a nossa economia continue letárgica na sua capacidade de atrair investimento estrangeiro”, afirmou.
Entrada do dólar não enfraquece o kwanza
No entanto, mostrou-se positivo e afirmou que a circulação de mais dólares não vai enfraquecer nem desvalorizar a moeda nacional, assegurando que vai promover mais a valorização do kwanza caso ocorrer as transacções. Já o economista Eduardo Manuel afirmou que a recepção das divisas proveniente das exportações e as transferências de divisas de investidores nacionais e estrangeiros será mais transparente e menos demorada em função dos acordos.
Com uma análise diferente, Eduardo Gando assegura que o aumento de dólares em circulação pode desvalorizar a moeda nacional, porém afirma que vai reduzir o preço da cesta básica.
“Apesar de desvalorizar o kwanza, o aumento de dólares em circulação, terá um impacto positivo visto que vai provocar a descida dos preços dos bens importados e dos bens produzidos a nível local, dependentes de inputs importados para a sua produção, como é o caso de muitos produtos da cesta básica”, afirmou.
Eduardo Manuel adiantou ainda que os efeitos práticos do acordo poderá sentir-se a médio prazo, visto que, como destacou o analista, existem procedimentos a cumprir quer, por parte dos bancos correspondentes, quer por parte dos bancos nacionais.









