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TOTÓ ST: “Hoje, pensa-se mais em chegar ao pódio do que em trabalhar”

Jornal OPaís por Jornal OPaís
31 de Outubro, 2025
Em Cultura, Em Cartaz
Tempo de Leitura: 6 mins de leitura
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O músico e compositor Serpião Tomás “Totó ST” partilhou a sua visão sobre a música angolana, a liberdade criativa e os desafios na carreira ao Jornal OPAÍS. Ao falar dos desafios, lamenta o facto de no País ainda não existir uma indústria que funcione por si, que seja autossuficiente. Mesmo diante das boas intenções, seja dos artistas, seja por parte do Estado, observa ainda existir um caminho longo a percorrer, para que os artistas possam exercer a sua profissão da forma mais digna possível

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Totó ST tem mais de 25 anos de carreira marcados com o lançamento dos álbuns “Vida das Coisas”, “Batata Quente”, “Avatar”, “Flavors of Time”, “Filho da Luz” e a sua mais recente obra intituladase “A Forma do Amor”. Quando olha para o seu percurso, quais foram os maiores desafios e conquistas?

Tenho quase 30 anos de carreira. Nunca morei fora do país, mesmo tendo muito trabalho na diáspora. Acho que a carreira do artista em Angola é patente; é visível a influência da situação do país na nossa trajectória. Os desafios são muitos, e muitos deles já existem há 20 anos. Em Angola, ainda não conseguimos criar, de facto, uma indústria que funcione por si — uma indústria que fosse autossuficiente, diria.

Mesmo havendo boa intenção, seja dos artistas, seja por parte do Estado, ainda há um caminho longo a percorrer para que nós, artistas, possamos exercer a nossa profissão da forma mais digna possível. Neste momento, estamos a marcar passos, a trilhar um caminho de que, provavelmente, a nova geração virá a beneficiar-se.

Antes de falarmos dos seus projectos, como se define depois de mais estes anos de carreira?

Não seria eu a definir-me, porque sempre me sinto como um eterno aprendiz. Nem acho que a carreira é para chegar a algum lugar; procuro apenas reinventar-me o tempo todo. As coisas mudam, o tempo passa e isso tudo acaba por influenciar a carreira do artista.

Não acredito que as coisas que, vistas de forma crua, pareçam sempre uma conquista. A autorrealização, para mim, seria que as pessoas compreendessem exactamente a minha missão, e acho que ainda não cheguei lá. Não sei como me definir; provavelmente as pessoas que consomem o meu trabalho estariam em melhor posição para o fazer.

O que o inspira a continuar a criar e a reinventar-se com o passar dos anos?

Acho que uma das características que todo artista precisa ter é a observação — a observação de si mesmo, do meio e de tudo o resto que o rodeia. Então, a minha inspiração está em toda e qualquer manifestação que me seja possível observar.

Desde as questões mais triviais até às mais profundas e complexas. Todas elas dizem alguma coisa e acabam por ser uma inspiração, porque do nada se cria, e do muito se cria. Acho que a própria criatividade não tem regra, nem um caminho único a seguir. Ela manifesta-se de diferentes formas e eu, como artista, não fujo à regra.

O seu novo projecto artístico “4C” – Canções Cantadas Com Coração, tem um título muito simbólico. Qual é o propósito principal da iniciativa?

Como o nome já diz, são aquelas canções cantadas com o coração. Quando digo ‘cantadas com o coração’, refiro-me ao ponto de vista da beleza artística que elas acarretam, à profundidade e ao que realmente representaram em algum momento da vida e da história de Angola, dos anos 60 até ao início dos anos 2000.

“Canções Cantadas com o Coração” é um projecto que procura levar a um público mais velho e também mais jovem — muitos dos quais seguem o artista Totó ST — a conhecer a trajectória da música angolana e a influência que essas músicas tiveram na formação da consciência colectiva.

É também uma forma de catalogar e eternizar canções antigas, porque acho que elas não devem perder-se ao ponto de os nossos jovens pensarem que a música começou em 2002 ou 2024.

Devem saber que há uma história e que houve aqueles que foram fortes — e é isso que nos permite hoje expressarmo-nos da forma como o fazemos. Nós somos a continuidade daqueles que nos antecederam. Este projecto nasce nessa expectativa.

A 1.ª edição foi realizada este mês, em Luanda. Em termos de mensagem e impacto, como foi?

Nesta 1.ª edição, no âmbito dos 50 anos da Independência, contamos uma história que passa pelo período antes da independência, dependência, guerra e paz. Diria que são os títulos da história de Angola. Trouxemos artistas como N’gola Ritmos, realizámos pesquisas com o Santocas e o Urbano de Castro, e fizemos uma mistura com artistas mais jovens que surgiram um pouco depois, como é o caso dos Irmãos Almeida.

Quando falamos da guerra, por exemplo, mencionamos o kota Jacinto Tchipa, que foi fundamental com uma das canções, “A Cartinha da Saudade”, que influenciou muito na lição da guerra. É uma mensagem para a mãe, mas da qual se tira muita lição: o afastamento dos pais, sem saber se voltariam para casa — e isso acabou por marcar uma geração.

Cantámos também “Levarei Minha Viola”, dos Irmãos Almeida — uma forma descontraída de dizer que os tempos não estão bons, mas que precisamos dessa energia, dessa saudade do militar que deixou a esposa para trás.

São muitas histórias e realidades cantadas, que muitos jovens de hoje não conhecem, e nós queremos eternizá-las. Fechamos com músicas ligadas à paz, como a do Filipe Mukenga, Angola no Coração, e canções como Minha Terra, na voz de Rui Mingas (in memoriam).

Fizemos aqui um trabalho de pesquisa profundo. Fomos buscar os compositores, o que cada música representava, porque, para além de o artista apresentar, havia uma história por trás de cada um.

Daí conseguimos gravar o projecto para entregá-lo ao Estado, nesta primeira edição, para que fique catalogado e registado na história do Totó ST e daquilo que é o nosso país.

Como surgiu a ideia de criar o “4C”? Foi algo pensado há muito tempo ou nasceu de um momento específico? Na verdade, é um projecto que tenho estado a planear há muito tempo. E, no âmbito da comemoração dos 50 anos, acabou por ser a cereja no topo do bolo. Portanto, o Estado angolano abraçou o projecto e foi possível realizá-lo com uma produção de mais ou menos 128 pessoas.

Que balanço faz desta edição?

O balanço é positivo. Para quem esteve presente, foi possível sentir que nós, angolanos, não vivemos apenas os problemas actuais; temos uma história, temos uma identidade. Pessoas choraram no palco, mandaram recomendações e pediram para repetirmos o mesmo concerto. Como é um projecto de pesquisa, também tem um pendor educativo.

Tivemos, por exemplo, o grupo infantil da Fundação Arte e Cultura e, para eles, o contacto com esse tipo de conteúdo é a continuidade e a eternização dessas músicas. Houve o valor humano e também o facto de trabalharmos com uma banda muito jovem, a tocar músicas de Artur Nunes, feitas nos anos 70, com perfeição.

Acabou por ser também uma espécie de iniciação para estes jovens músicos que estiveram comigo em palco e compreenderam a história da música angolana — a matriz da nossa música. É, portanto, um projecto bastante interessante.

Para nós, artistas, traz crescimento, e penso que, para o Estado, é um produto que podemos eternizar, porque é realmente nosso. Penso que, para além de cantar, tive aqui uma oportunidade muito grande de crescer como artista e olhar para a matriz da música angolana.

Uma vez que muita gente sempre achou que o tipo de música que eu faço é mais voltado para o estilo norte-americano, música negra, muitos não sabiam que eu sou um pesquisador da nossa música angolana. Foi prazeroso colher depoimentos de Filipe Mukenga, Dina Santos e até do Moniz de Almeida. Todos estes tiveram uma trajectória muito antes de mim e deram vida e originalidade ao projecto. E isso foi gracioso para mim.

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