O governador de Benguela, Manuel Nunes Júnior, admitiu que a colera, doença que afectou a província no princípio do ano, colocando-a no epicentro, constituiu para ele numa verdadeira prova de fogo. Falando, recentemente, em um podcast, iniciativa do Gabinete de Comunicação Social, o governante afirmou que a cólera revelou “graves problemas” de saneamento básico em Benguela
A província de Benguela tinha sido, em Março e Abril, a região de Angola mais afectada com o surto da cólera, chegando a ter 200 casos, para além de se terem registado dezenas de mortes. Foi, como descrevem as autoridades, um verdadeiro caos, obrigando a que, diariamente, logo às primeiras horas do dia, uma equipa se reunisse regularmente durante meses para estudar a melhor forma para se ultrapassar o problema.
Essa acção permitiu a que a província saísse de epicentro – considerou o governador de Benguela – ao ter sinalizado que há muito que a região não regista nenhum caso. Esse quadro constituiu, segundo o governador Nunes Júnior, no seu principal desafio como gestor provincial, uma vez que ele, que nunca antes tinha estado nessas vestes, acabava de assumir as responsabilidades. Tinham decorridos, sensivelmente, quatro meses.
“Terrível” foi o adjectivo encontrado por Manuel Nunes Júnior para qualificar o momento vivido. O governante de Benguela admite que o cenário revelou, de certo modo, que a província, por si só, tem “graves problemas” relacionados com o saneamento básico, lembrando que a cólera é uma doença ligada, fundamentalmente, à higiene e ao acesso à água segura.
Logo, sustenta, quando uma província como Benguela é “atacada tão severamente” pelo surto, tem de, em princípio, “nos fazer abrir os olhos, para que não possamos enfrentar a mesma situação numa outra ocasião”, aconselha.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela
 
			 
					




 
							



