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Resenha crítica sobre o documentário “Oxalá Cresçam Pitangas”

Jornal OPaís por Jornal OPaís
22 de Outubro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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A obra Oxalá cresçam Pitangas no papel, de Ondjaki, publica da em 2006, dá-nos a esclarecer, literal mente, que pitanga não é uma fruta que tenha nenhum significado específico em Luanda, que pela sua simbologia versa sobre a realidade e desigualdade da sociedade luandense, como o seu estado económico, político, cultural, religoso, académico. Relata-nos, também, de como o governo deve minimizar alguns problemas, criando soluções alternativas que, no entanto, não alcançaram o resultado esperado.

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Como se pode observar, a grande maioria da população da cidade sobrevive da chamada economia informal e são essas pessoas que vivem da venda de diversos produtos na rua, e que muitas vezes conseguem ganhar regular mente seu dinheiro, mas não possuem uma comprovação de renda, exigência mínima na hora de pedir empréstimo ao banco. Daí que o título Oxalá Cresçam Pitangas, documentário extraído do poema “Oxalá cresçam pitangas no papel”, revela a realidade por de trás da permanente fantasia luandense.

Por meio desta produção literária e cinematográfica, vozes vão expondo com ritmo, dignidade e co erência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. De salientar que Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspetiva realista e humana: conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do setor informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento. As personagens falam, também, das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência.

Onde a língua é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens. Este é um filme sobre uma Luan da que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. Luanda mistura fenómenos urbanos e rurais.

O setor informal, sendo a grande alternativa, agita o país e dinamiza as relações. Os jovens colocam diariamente a imaginação ao serviço da sobrevivência e da felicidade, in ventando formas de viver e sobreviver – por necessidade e pelo gosto de se sentirem vivos. Palco de arte, festa e alegria, em Luan da a tristeza e a felicidade convivem com a euforia. Os casamentos são sempre festivos; os funerais nem sempre são tristes.

A linguagem falada traduz um modo de pensar mais local e típico. Num português carregado de calões e de adaptações, reflecte-se o modo interventivo de as pessoas agirem sobre a realidade. Nos gestos e nas falas, aparece, pois, a fantasia que acompanha os ritmos do quotidiano.

A cidade vive, noite e dia, com música nos lares, nas viaturas, nas ruas. É possível ter uma vivência rítmica do quotidiano pela importância que se dá à música e ao convívio. Com uma visão que acentua a esperança no futuro, Oxalá Cresçam Pitangas é uma viagem pelas pessoas, pelas ruas e pelas histórias de Luanda. Dividindo a produção e a realização do projecto, Ondjaki e Kiluanje Liberdade, nascidos depois da in dependência de Angola, decidiram juntar preocupações sociais a uma visão estética própria.

Se o filme nasce do desejo de questionar Luanda na sua modernidade, há uma busca ainda mais profunda: o que desejam os luandenses para o seu futuro? Que cidade sonham habitar e construir? Como incorporam as adversidades sem perder o sorriso? Partindo das ocupações e das histórias dos personagens, falando do campo prático, ocupacional, mas passando por memórias e experiências, os realizadores mergulharam nas ambiências positivas de Luanda, deixando a fantasia sobrepôr-se ao sofrimento, sem fugir às verdades sociais.

Filmando Luanda a partir de dentro: abordando a vivência, o olhar e a voz daqueles que a frequentam. Para inventar uma conversa sobre a cidade. Para que novas vozes estéticas, angolanas, possam reinventar e modificar Luanda, Angola.

Portanto, compreendemos que acaba por ser natural que Luanda tenha essa vivência de acumulação de pessoas, saindo de uma zona de guerra e chegar à então capital dividida em vários bairros: bairros mais misturados e bairros específicos.

Deste modo, observamos que as principais características da cidade, como a pluralidade étnica, a ocupação desordenada, a falta de infraestrutura, como transportes, saneamento básico, a má distribuição da população, foram também resultantes da guerra vivenciada no território angolano.

Enfim, procurou-se depreender, pelo destaque do documentário, o es trato social, envolvimento intelectual, estético e político dentro da sociedade angolana, com o intuito de compreender a subjetividade do discurso do filme em questão.

Por: FELICIANO ANTÓNIO DE CASTRO

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