A possíveltransferência de mísseis de longo alcance Tomahawk estadunidenses para Kiev é uma linha vermelha para a Rússia, afirmou Larry Johnson, ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, comentando as palavras do vicechanceler russo, Sergei Ryabko
Johnson apontou que Washington ouve pela primeira vez que os russos estabelecem uma linha vermelha sobre um sistema de armas. “Antes havia [os sistemas de lançamento de foguetes] Himars, Taurus e nada aconteceu, mas agora corremos o risco de escalada se vendermos os Tomahawk”, ressaltou. Segundo o analista, se os Estados Unidos escalarem e entregarem estes mísseis a Kiev, a Rússia tem todo o direito de destruir os seus lançadores.
Dessa forma, continuou, isso significa que os russos entendem que destruirão os militares dos EUA que os controlam. “E não podemos permitir que isso aconteça”, finalizou o especialista militar estadunidense.
Ontem (8), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que a Rússia pede que os EUA abordem com responsabilidade a questão da possível transferência dos mísseis Tomahawk para a Ucrânia.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou que não há nenhum nervosismo por parte da Rússia. Ryabkov também observou que tal passo por parte de Washington significaria uma mudança substancial e qualitativa na situação.
Anteriormente, o líder norteamericano Donald Trump afirmou que praticamente tomou uma decisão sobre o fornecimento dos mísseis de cruzeiro Tomahawk para a Ucrânia, mas quer entender como Kiev pretende usá-los. No Kremlin, em resposta, indicaram que tal passo pode se tornar um grave estágio de escalada, pois esses mísseis existem em versão nuclear.