Sob financiamento do Banco de Desenvolvimento Africano (BAD), na base de um pacote de 51 milhões de dólares, a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade prevê instalar, nos próximos quatro anos, em todo o país, 1.260.000 contadores. Para Benguela, o projecto prevê a instalação de 100 mil contadores, sendo que, numa primeira fase, nos próximos dois anos, serão mais 46 mil – revelou, nesta quinta-feira, 09, o coordenador do projecto, José Eluyeye, em declarações à imprensa
A empreitada é suportada pela empresa chinesa RB, tendo a h3p como fiscalizadora do projecto. Na província de Benguela, região inserida no lote 3, o projecto vai ser implementado nos municípios do litoral, nomeadamente, para além da sede, Lobito, Catumbela, Navegantes e Baía-Farta, enquanto os do interior aguardam por captação de mais investimentos – conforme informações colhidas por este jornal junto de fontes da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade.
Numa primeira fase, em Benguela, isto é, nos próximos dois anos, vão ser instalados mais de 46 mil contadores, num financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento, que, para o projecto, a nível de Angola, pôs à disposição um pacote de financiamento na ordem de 51 milhões de dólares, permitindo, deste modo, a instalação de mais de um milhão de contadores, nos próximos quatro anos.
“A nível de Benguela, podemos dizer que vamos ter aí mais de duzentos mil beneficiários”, revela. A ENDE procedeu, no Salão Nobre da Administração de Benguela, na quinta-feira, 09, à apresentação do projecto de instalação de contadores de pré-pagos, momento aproveitado para várias coordenadores de bairro apresentarem à empresa situações por que têm passado relacionadas, fundamentalmente, com as restrições e pouca qualidade do produto que se lhes tem sido distribuído pela ENDE.
Da parte da direcção da empresa ficou, de resto, subjacente o compromisso de melhoria, agora com esse pacote de financiamento do BAD, que vai ser implementado nos próximos quatro anos. Em declarações à imprensa, o coordenador do projecto, José Eluyeye, admitiu que o projecto contempla, igualmente, uma atenção especial a alguns postes, a julgar pelo facto de se apresentarem em avançado estado de degradação.
Há quatro anos – como deu nota – já se tinha sido procedido ao levantamento de postes em mau-estado, mas, em função do tempo, houve necessidade de se actualizar os dados. Para o responsável, esse cenário vai permitir melhorar a distribuição ao consumidor.
“A reabilitação que nós iremos realizar irá cingir-se somente às redes de baixa tensão. Ou seja, os circuitos secundários. Nós temos a rede a partir do poste de transformação e essas são as redes que atendem os nossos clientes”, sinaliza, realçando que “as zonas onde a rede não apresenta bom estado técnico, no caso os postes em mau-estado de conservação ou os cabos, nós iremos intervir, no sentido de fazer alguma melhoria”, admite.
José Eluyeye garante que as intervenções pontuais a serem feitas em alguns postes em mau estado de conservação vão, de certo modo, responder às preocupações dos cidadãos relativos à falta de qualidade da energia consumida no país, dado que os equipamentos a serem usados, nas circunstâncias os contadores pré-pago, impõem, em certa medida, essa condição. Explica que, em zonas com a rede em mau estado técnico, os níveis de tensão também são de pouca qualidade.
Logo, conforme justifica, quando assim acontece, nota-se, claramente, debilidade no seu funcionamento, daí ser imperioso que se reabilite as redes. “Esta reabilitação é que irá garantir a qualidade e, posteriormente, a instalação dos nossos contadores prépagos”, disse.
De acordo com o coordenador, para além de Viana (Luanda), o projecto abrange a província do Icolo e Bengo e o centro do país, designadamente as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Cuanza-Sul.
O responsável dá nota de um levantamento a ser feito, nos próximos tempos, para se apurar as necessidades destas regiões do país, a fim de aferir se vai ou não ser necessário proceder a um ajustamento.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela