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E se o PCA de um órgão de comunicação for uma mulher?

Jornal OPaís por Jornal OPaís
3 de Outubro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 6 mins de leitura
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O jornalismo feminino é feito de coragem, resistência e talento. Uma trajectória marcada por suor, dedicação e compromisso, mas ainda invisível nos espaços de poder.

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Mesmo hoje, quando o número de mulheres jornalistas cresce e o seu profissionalismo é reconhecido, permanece o silêncio em torno da sua presença nos lugares de decisão. Nas redações são muitas, mas nas cadeiras de chefia são poucas.

Nas agências de notícias, carregam o peso da primeira linha, mas assinam raramente a última decisão. O jornalismo feminino continua relegado para a retaguarda, sem direito a comandar ou a influenciar.

O crescimento profissional da mulher jornalista ainda enfrenta barreiras invisíveis. Não são de competência, porque capacidade existe em abundância. São barreiras erguidas por preconceitos, favoritismos e uma cultura que insiste em reservar a administração ao masculino.

O paradoxo é evidente: executam o trabalho, sustentam a credibilidade, mantêm a responsabilidade da informação, mas quando se fala em cargos de gestão e administração, os convites não chegam. As mesas dos conselhos permanecem quase exclusivamente masculinas, como se fossem propriedade privada. O jornalismo feminino não pede favores, reclama por justiça. Não pede privilégios, exige oportunidades com base no mérito.

Não procura cargos oferecidos por simpatia, mas sim, respeito pela competência. Não almeja títulos decorativos, mas assentos na mesa das grandes decisões. As perguntas impõem-se: por que não? Por que apenas homens? Por que o jornalismo, que deve ser guardião da igualdade e da verdade, se mantém desigual nas suas próprias estruturas? A emancipação feminina não pode parar à porta dos órgãos de comunicação social.

A mulher, jornalista, não é o elo mais fraco. Nunca foi. Se é capaz de carregar nove meses de vida no ventre, também é capaz de gerir uma televisão. Se foi mensageira de esperança nos dias mais sombrios da pátria, também pode gerir uma agência de notícias. Se trabalhou nas telecomunicações durante a guerra, também pode dirigir uma rádio pública. Se foi enfermeira de guerra nas matas e manteve vidas, também pode cuidar de uma equipe editorial, protegendo-a da desinformação. Se conseguiu pegar em armas de fogo, também pode administrar jornais.

A história já provou, vezes sem conta, a força da mulher. Houve combatentes, houve sustentáculo de famílias quando os homens estavam na frente de batalha. Negar às mulheres a administração de órgãos de comunicação é ignorar essa própria história.

Hoje, as mulheres ocupam os mais altos cargos de Estado: vice-presidência da República, presidência da Assembleia Nacional, presidência do Tribunal Constitucional. São ministras, deputadas, administradoras e directoras. Se a pátria já confiou nelas para governar o Estado, não há justificação para não confiar na gestão da informação. O que falta é coragem política!

Será?… Falta ousadia para abrir portas que continuam trancadas! Será?… Falta vontade de quebrar o ciclo da exclusão! Será?… Sem igualdade de oportunidades e inclusão plena das mulheres nos lugares de poder, o jornalismo não tem futuro.

Repito, como diz o ditado popular: “Tentem. Só quero ver uma coisa”. Eis o desafio: nomear mulheres PCAs, permitir que cheguem ao cadeirão da administração, experimentar a visão, a disciplina e a coragem feminina. O país apenas tem a ganhar.

Profissionalismo não falta. Prova disso é o número de mulheres jornalistas que cresce na lista de personalidades condecoradas pelo Presidente da República, no âmbito dos 50 anos de Independência. Luísa Damião, Carolina Cerqueira, Paula Simons, Luísa Rogério, Carla Castro, Vânia Varela, Filisbela Wegia, Leda Macuéria, Analtina Dias, Fernanda Manuel, Zurema Rodrigues e outras. Se há reconhecimento público para medalhas e honrarias, deve haver também confiança para responsabilidades executivas. Não basta que a carreira termine em títulos decorativos.

É preciso garantir responsabilidades reais, poder de decisão e oportunidades para transformar o jornalismo, como já aconteceu noutros campos da vida nacional. O jornalismo feminino não pede compaixão, pede espaço; não implora licença, exige ser ouvido.

É a espinha dorsal de redações, voz de notícias, é rosto de televisão, é a pena da escrita e alma de batalhas. Para que o jornalismo seja relevante, precisa integrar plenamente as mulheres. A mulher não deve ser limitada à cozinha.

A sua voz já ecoa no parlamento, nos tribunais, nas praças e nas ruas. Trabalha muito, fala muito, entrega muito. É parte da nação. É parte da verdade. E a verdade também lhe pertence. É tempo de parar a exclusão. É tempo de olhar para a mulher, não como género, mas como competência. É tempo de confiar, acreditar e ousar.

Quem resistiu às batalhas da pátria saberá liderar o jornalismo com dignidade e visão. A força do jornalismo feminino é a força do próprio jornalismo. Uma imprensa que exclui mulheres nos conselhos de administração perde legitimidade, perde qualidade, perde verdade. Democracia não se constrói amputando metade do talento.

A igualdade já não pode esperar. A pátria precisa da força feminina em todos os lugares de decisão. O jornalismo carece da ética, da coragem e da visão das mulheres. O momento é agora.

O silêncio imposto ao jornalismo feminino deve ser quebrado. Quem soube resistir nas lutas da pátria é também capaz de governar redações com a mesma dignidade. Incorporar mulheres no comando não é benevolência, é inteligência institucional. É fortalecer o sistema de comunicação e a democracia que ele sustenta. Uma administração com mulheres não empobrece a instituição, enriquece-a.

Mulheres com percurso, visão e currículo existem e estão preparadas para liderar qualquer órgão de comunicação. O que falta não é talento, mas reconhecimento e acesso. Quando lhes for permitido entrar de forma plena nas administrações, surgirão mudanças visíveis: mais métodos, mais rigor, mais sensibilidade, mais ética e gestão orientada ao serviço público. A igualdade de género não é um luxo. É um requisito democrático.

Um órgão de comunicação desequilibrado no comando, perde representatividade e afasta-se da sociedade. A democracia não se faz calando vozes. Uma imprensa mais feminina nos conselhos é passo concreto para equilíbrio, qualidade e confiança pública.

O silêncio em torno das mulheres nos lugares de decisão precisa ser rompido. Igualdade não é pedido, é obrigação de quem governa instituições públicas e privadas. Se o país já confiou cargos máximos de Estado às mulheres, não há lógica em negar a mesma confiança na gestão da informação. A coerência exige confiança plena.Este artigo pode ser considerado como um apelo à coragem institucional.

Porque, urge a necessidade de abrir cadeiras, nomear por competência e avaliar resultados com critérios transparentes. A verdade agradece, a justiça também. Porque a liderança feminina não ameaça, fortalece.

Quem conseguiu ser mensageira na guerra também pode ser gestora da paz informativa. Quem conseguiu segurar armas também pode segurar a caneta da direção. E se a PCA de um órgão de comunicação fosse uma mulher? Tentem…

Por: YARA SIMÃO

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