A inclusão financeira de pessoas cegas no sistema bancário angolano enfrenta um desafio estrutural: até o momento, não existem propostas ou linhas de crédito específicas que facilitem o acesso desse grupo ao crédito, serviços e produtos financeiros.
Isso revela uma lacuna importante, pois, numa realidade em que o sistema bancário não está adaptado às necessidades dos cegos, corre-se o risco de excluir parcela significativa da população, limitando a expansão da base de clientes e o desenvolvimento socioeconômico inclusivo.
Podemos pensar nessa dinâmica por meio da seguinte metáfora: “equipes”, que precisam sugerir e demandar políticas e produtos adaptados para seu pleno acesso. Quando essa comunicação ou essa demanda participativa não ocorre, o jogo fica limitado e desigual.
Os bancos têm uma grande oportunidade de transformar essa realidade ao criar políticas específicas de inclusão para cegos, o que pode incluir: – Desenvolvimento de canais acessíveis, como aplicativos e caixas eletrônicos com recursos de áudio e leitura em braille. – Linhas de crédito e microfinanciamentos com condições diferenciadas para pessoas cegas, facilitando o acesso a capital para microempreendimentos.
Formação e sensibilização dos funcionários dos bancos para melhor atendimento e orientação às pessoas com deficiência visual. – Parcerias com associações e organizações da sociedade civil que representam pessoas cegas, para entender as necessidades reais e co-criar soluções financeiras inclusivas.
Ao assumir essa liderança, os bancos não apenas ampliam sua carteira e reputação, mas também contribuem para um desenvolvimento económico verdadeiramente sustentável e inclusivo, que reconhece o direito da diversidade como um ativo para o país.
Afinal, para que o jogo seja justo e produtivo, é fundamental que as regras sejam valorizadas, mas que as estratégias das equipes com diferentes capacidades sejam ouvidas e integradas no sistema financeiro.
Por: DIOGENES LENGA
Economista