A Academia Diplomática Venâncio de Moura (ADVM), no âmbito do programa O Escritor e a Sua Época, homenageou a vida e obra de António Agostinho Neto, numa iniciativa que visa valorizar o legado das grandes figuras da literatura angolana. Coube ao director-geral da ADVM, Embaixador José Marcos Barrica, dar as boas-vindas aos presentes, destacando Neto como um “incansável servidor do povo”
“Ho m e n a g e – amos Neto cientes de que todos os meses do ano são — ou deveriam ser — de tributo ao soldado e poeta de lutas e glórias pela libertação e dignificação do homem universal.” Barrica destacou ainda que a celebração do poeta maior da literatura angolana decorre na sua 14.ª edição, em Setembro, “mês que o trouxe junto de nós e o levou fisicamente de nós”, e propôs que, com a solenidade do “içar da bandeira”, se evoque o Pai-Fundador da Nação.
Isso, com “a agilidade da curva do pescoço da gazela”, se exalte o homem de cultura e letras; com a firmeza de quem “cria com os olhos secos”, se recorde o Kilamba da nossa saudade eterna; e, com a coerência de quem é incapaz de “renunciar à vida”, se celebre o Manguxi da nossa esperança sagrada.
Durante a cerimónia, foi também lembrado o momento histórico de 10 de Dezembro de 1975, data da fundação da União dos Escritores Angolanos, com destaque para os seus membros fundadores, na voz do primeiro Presidente da então nascente República Popular de Angola e também membro fundador, Dr. António Agostinho Neto.
Ricas e profundas, as abordagens apresentadas pela plêiade de preletores, alguns vindos de províncias distantes, trouxeram à reflexão a multidimensionalidade da obra de Neto, nos âmbitos literário, político, sociológico, antropológico, sociocultural e económico, espelhada principalmente em suas obras Sagrada Esperança e Renúncia Impossível.
Foi consenso, ao longo do debate, o reconhecimento da beleza e do carácter revolucionário, humanista, visionário e intemporal da poesia e do pensamento do ilustre homenageado. Esses atributos conferem a Agostinho Neto um estatuto ímpar nas Letras e na cultura nacionais. O painel contou também com uma equipa do Memorial Dr. António Agostinho Neto, liderada pelo seu director-geral, António Fonseca.
A equipa partilhou informações sobre o funcionamento da instituição, destacando os principais eixos de actuação, que incluem a promoção e o fomento de actividades socioculturais, bem como o estudo, recolha, conservação, preservação e divulgação do acervo e da memória de Neto.
António Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, em Icolo e Bengo, e faleceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, então URSS. Foi o primeiro Presidente da Angola independente e autor de obras poéticas fundamentais como Sagrada Esperança e Renúncia Impossível (esta última publicada postumamente).









