O município dos Gambos é conhecido como a terra do granito negro, pela existência deste mineral usado sobretudo na construção civil, que há décadas vem sendo exportado para os mercados da Europa, América e Ásia, no entanto, as empresas que exploram este recurso natural não cumprem com a responsabilidade social obrigatória.
O administrador municipal dos Gambos, na província da Huíla, Francisco Barros, denunciou ontem, na vila de Chiange, a falta de cumprimento da responsabilidade social obrigatória por parte das empresas que exploram o granito negro naquela parcela do território nacional, que ainda enfrenta diversas dificuldades, sobretudo relacionadas com a falta de água, escolas e hospitais no interior do município.
Francisco Barros, que falava à margem do encontro com o ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, referiu que, apesar da actividade das empresas que exploram granito negro no município dos Gambos, a grande parte dos problemas que ainda assolam as famílias impactadas pela extração deste recurso não renovável persiste.
A Administração municipal dos Gambos, de acordo com o seu responsável, controla 14 empresas que actuam na exploração do granito negro, porém, o resultado da sua actuação ainda não é sentido no seio das comunidades.
“O granito negro também é uma potência que temos, mas que em alguns casos continua adormecido. A nossa maior preocupação é que a responsabilidade social obrigatória destas empresas ainda não se faz sentir. Temos estado a dialogar com algumas, mas ainda não é satisfatório”, começou por dizer.
De acordo com o responsável, a instituição que dirige sabe de antemão que esses recursos são não renováveis e acabarão, mas referiu que seria importante que empresas pudessem deixar um sinal para que as novas e futuras gerações possam amanhã entender que valeu a pena terem tirado esse recurso, porque se deixou aqui sinais de desenvolvimento, como uma Escola, um Hospital, uma estrada.
“Pensamos que isto é urgente, porque as populações já despertaram, têm consciência disso e todos os dias apresentam essa preocupação”, concluiu.
Por: João Katombela, na Huíla