A desvalorização da moeda nacional registada nos últimos anos tem afectado todos os sectores, e os comerciantes que dependem dos produtos importados, particularmente as “muambeiras”, não estão de fora. Desde o final de 2017 até hoje, a moeda nacional já desvalorizou 82%, com cada dólar a passar de 165,9 kwanzas para 912,0, o que encareceu tudo o que é importado pelo país
Por muitos anos, roupas, perfumes ‘made in’ Brasil eram os mais comercializados pelas muambeiras, mas face à forte desvalorização foram substituídos por produtos ‘made in’ China, mais baratos e mais em conta com os bolsos dos angolanos, que hoje também gastam muito mais em alimentação do que na altura.
A comerciante Antónia Manuel recorda que antes de 2017 viajava para o Brasil, mas deixou de ser viável. “Hoje, viajar para a China compensa mais. Consigo importar maior volume com o mesmo capital, tenho mais variedade e prazos de entrega mais rápidos, embora a qualidade nem sempre corresponda com as expectativas dos clientes”, realçou, em declarações ao jornal OPAÍS.
Para Maria José, residente em Benguela, uma ida às compras ao Brasil tornou-se insustentável devido aos preços das mercadorias. Isto porque um vestido que no Brasil custa em média 40 USD, na China, o mesmo modelo custa entre 12 a 15 USD.
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