Há dois anos das próximas eleições gerais, que acontecerão em 2027, o partido no poder, o MPLA, saiu à rua para mostrar as suas forças. Desta vez, o destino foi o município de Cacuaco, onde uma grande moldura humana concentrou-se, apoiando o líder desta agremiação política e as suas acções, não obstante as críticas que surgem de diversos domínios, ressaltados principalmente pela oposição.
Um dos mais populosos municípios da capital, Cacuaco é hoje um território que merece a atenção redobrada de quem quer controlar politicamente Luanda, um território que o MPLA quer ver de volta depois do desaire nas eleições de 2022, em que perdeu para a UNITA.
No fervor do encontro, à semelhança do que fariam outros políticos, incluindo os da própria oposição, os camaradas já cantam vitória antes do tiro de largada. Na verdade, apesar do momento económico e social que se vive, a falange de apoio dá, sim, algum conforto ao partido no poder de que, criando as condições de que os luandenses precisam, não há algum mal em sonhar com a reconquista da capital do país, que durante largos anos foi o feudo.
Por isso que, mais do que marchas ou comícios, é imperioso que se atenda às principais necessidades que os potenciais eleitores precisam ver resolvidas com urgência, algumas das quais passam pela melhoria das vias, construção de novas infra-estruturas escolares e de saúde, abastecimento de água e energia, assim como a iluminação pública e a própria segurança em várias áreas.
Assim é que, mais do que muito do que disseram alguns políticos presentes, deve-se assinalar positivamente as boas-novas avançadas pelo primeiro-secretário provincial do MPLA em Luanda, Luís Nunes, quanto aos projectos em curso.
São, na realidade, infra-estruturas que, se realizadas e colocadas à disposição dos luandenses, contribuirão significativamente para a melhoria da vida dos luandenses, em particular. Consta que, entre as vias em execução, por exemplo, estão as estradas da Kianda, construção das pontes da zona do Papa Wemba (Kikolo), da via de ligação entre os municípios do Kilamba Kiaxi e Maianga, a requalificação da rua da Suave (Viana) e estrada Camama/Viana.
Há muito esperada pelos populares que vivem ou trabalham entre Viana, Zangos e arredores, a estrada Viana-Calumbo, que liga a vila do município inicialmente avançado e os Zangos, a conhecida estrada do Cemitério, parece que, felizmente, desta vez deverá sair do papel.
É uma das vias mais críticas na capital e há muito se aguarda por uma solução definitiva. De igual modo, será também um alento para os moradores do Nova Vida, que já foi um dos bairros mais nobres da capital, poderem ver as ruas esburacadas requalificadas e se devolver a estes a dignidade de outrora.
Por fim, não há como não assinalar a possível entrada em funcionamento do projecto de fornecimento de água a partir do Bita e do Kilonga, que poderão beneficiar mais de 8 milhões de cidadãos angolanos com água potável de qualidade.
Embora faltem só dois anos para o pleito eleitoral, a conclusão destes projectos contribuirá muito para que os camaradas façam as pazes com determinados segmentos do eleitorado, na capital, que mais não quer do que um posto de trabalho, água, energia, ruas asfaltadas, dignidade e melhoria das suas condições de vida. O que é, ainda, possível.