Este fim-de-semana, as equipas angolanas entram em campo para escrever mais um capítulo da história do futebol nacional nas competições africanas. A Liga dos Campeões abre as portas para o Petro de Luanda e Wiliete de Benguela, enquanto Kabuscorp do Palanca e 1.º de Agosto entram em acção na Taça Nelson Mandela
O Petro de Luanda, campeão nacional, chega como favorito. Com reforços internacionais vindos de Portugal e Brasil, como Tiago Reis (ex-Desportivo de Chaves) e Jorge Pereira (ex-Feirense), o clube demonstra intenção clara: não se contentar com a fase de grupos e visar, pelo menos, as meias-finais da Liga Milionária Africana.
Na verdade, trata-se de um passo estratégico, especialmente após a eliminação da temporada passada pelo AS Maniema, da República Democrática do Congo (RDC), em pleno Estádio 11 de Novembro, na capital do país.
Depois de perder no terreno do adversário por duas bolas a uma, o clube do Eixo-Viário não conseguiu dar a “cambalhota” na eliminatória ao empatar sem golos em casa.
A eliminação deixou os adeptos, sócios e simpatizantes com nervos à flor da pele, em função do investimento feito. Esta situação levou a que a direção, liderada por Tomás Faria, terminasse o vínculo contratual com o treinador português Ricardo Chéu.
Para o Wiliete de Benguela, a estreia internacional é um teste de fogo. Não há dúvidas de que a ausência do técnico Zeca Amaral, que assumiu funções na Federação Angolana de Futebol (FAF), pode ser um desafio adicional.
A propósito, os jogadores estão em fase de adaptação à filosofia do novo treinador Bruno Ferry, e isso poderá levar muito tempo. O conjunto da cidade das Acácias Rubras apostou em Yano, atleta com vasta experiência na prova rainha do futebol nacional, Skudu Makudubela (ex-AS Vita Club Kinshasa), Nigo (ex-Bravos do Maquis), Filipe Rocha (ex-São Caetano Futebol), Yanin Mokombo (exAl Ahed FC, do Líbano) e Cairo Muniz (ex-Desportivo da Lunda-Sul).
Por seu lado, o 1º de Agosto também surge como força tradicional, embora ainda busque reencontrar a sua melhor forma. Ausente na última edição da Liga dos Campeões, o clube central das Forças Armadas Angolanas reforçou o plantel e quer evitar tropeços como o registrado em 2023, quando perdeu para o Al-Hilal do Sudão do Sul. O Kabuscorp do Palanca, de Beto Bianchi, retorna às competições após uma década de ausência.
A direcção do clube palanquino, sob o comando de Bento Kangamba, e o plantel renovado indicam ambição, mas é importante observar a consistência do desempenho.
Em 2014, o clube foi vice-campeão do Girabola, mas não avançou na Liga dos Campeões após perder para o Al-Merreikh do Sudão na segunda eliminatória. Recorde-se que o Pyramids, do Egito, foi o vencedor da edição passada, mercê do triunfo por três bolas a duas diante do Mamelodi Sundowns da África do Sul.
Por: Kiameso Pedro