O cantormaliano Salif Keita, ícone da música africana conhecido como “A Voz de Ouro do Continente Berço”, manifestou-se profundamente satisfeito pelo acolhimento caloroso do povo angolano e por ter sido convidado a participar no espectáculo comemorativo dos 50 anos de Independência Nacional e do Dia do Herói Nacional, celebrado a 17 de Setembro
Antes de subir ao palco do Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, nesta quarta-feira, 17, Salif Keita falou com emoção sobre sua segunda visita a Angola.
“É a segunda vez que estou em Angola, e neste momento sinto-me muito satisfeito por fazer parte da celebração dos 50 anos de independência nacional. Estou muito contente e feliz pela recepção — desde a província do Huambo até Luanda.
A Vice-Presidente deu-me as boas vindas pessoalmente”, declarou. Vestido de branco — símbolo da paz e reconciliação nacional —, Salif subiu ao palco acompanhado da sua guitarra, instrumento que o acompanha há décadas. Emocionou o público com sucessos como “Papa”, “Mama”, “Mi Amore”, “Kekue”, “Dery”, e “África”, este último levando os presentes ao delírio, num coro vibrante e uníssono.
Ndaka Yo Wini abriu o espectáculo com identidade e tradição
O artista angolano Ndaka YoWini deu início ao espectáculo com sua já característica performance cultural. Empunhando a cabaça, um instrumento simbólico herdado de sua avó, via sua mãe, o cantor emocionou ao contar que considera o objecto sua maior riqueza e legado familiar.
“É mais do que um instrumento. É a voz da minha ancestralidade”, disse o artista, que encantou com seu estilo jazzístico e uma presença de palco marcante. Mesmo após um tempo fora do país, Ndaka não passou despercebido: o público respondeu com aplausos, gravações com telemóveis, euforias e palavras de carinho, numa comunhão artística e cultural de rara intensidade.
Um encontro de povos, vozes e histórias
O espectáculo foi mais do que uma celebração musical. Foi um encontro entre povos irmãos, entre o Mali e Angola, entre tradição e modernidade, entre passado e futuro.
Uma noite que marcou não só a trajectória de dois artistas, mas também a memória colectiva de um país que celebra meio século de independência com música, cultura e união. Mais de 500 pessoas marcaram presença no evento que celebrou os 50 anos de independência nacional e o Dia do Herói Nacional. O show reuniu Salif Keita (Mali) e o angolano Ndaka Yo Wini, numa fusão de culturas, ritmos e sentimentos que emocionaram todos os presentes.
Entre as autoridades presentes estavam a Vice-Presidente da República de Angola, Esperança da Costa, o Ministro de Estado, Adão de Almeida, o Ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, além de outras figuras públicas e representantes diplomáticos.
A plateia também incluía cidadãos de diversas nacionalidades, desde malianos, portugueses, congoleses, entre outros. Entre os espectadores, o jovem Guilherme José descreveu o show como “fora de série”. “Não tinha como ficar sentado.
Tiro o chapéu aos cantores Ndaka Yo Wini e Salif Keita. Superaram todas as expectativas”, afirmou com entusiasmo. Já Margarida Manuel, visivelmente emocionada, disse ter ficado sem palavras diante do espetáculo. “Foi simplesmente memorável. A organização está de parabéns. Que eventos como este ganhem mais espaço e vida”, desejou.