Ilustre coordenador do Jornal OPAÍS, saudações e votos de uma boa quinta-feira. Penso que a independência é o ponto zero da dignidade de um povo.
Sem ela, uma nação vive à mercê de interesses alheios, com a sua cultura, economia e política moldadas por quem está de fora. Ser independente é ter o direito de decidir o próprio destino, de definir quais valores merecem ser preservados e que caminhos seguir, sem precisar pedir autorização.
Ela não é apenas um acontecimento histórico, mas um compromisso permanente. Conquistar a independência foi difícil, mantê-la é ainda mais exigente. É preciso fortalecer as instituições, educar o povo e garantir que a liberdade não seja apenas formal, mas também económica e social.
Sem isso, a independência vira um enfeite no calendário. Também é um lembrete de responsabilidade. Um país independente não pode continuar a culpar antigos colonizadores por todos os problemas; precisa assumir os erros, corrigir as falhas e lutar por soluções internas.
Caso contrário, corre o risco de trocar a dependência de ontem por novas for- mas de submissão. A independência tem ainda uma dimensão simbólica poderosa. Ela reforça o orgulho nacional, o sentimento de pertença e a esperança de que é possível construir um futuro melhor.
É uma oportunidade de resgatar a história, valorizar os heróis e mostrar às gerações futuras que a liberdade tem um preço que não deve ser esquecido.
POR: André Luís Luanda, Samba