O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas vai reunir-se de emergência para debater a “agressão militar” de Israel contra o Qatar de 09 de Setembro, anunciou a ONU
A reunião foi solicitada por dois dos 47 Estados que atualmente integram o Conselho: o Kuwait, em representação do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, e o Paquistão, em nome da Organização para a Cooperação Islâmica.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Turk, condenou o ataque a um edifício em Doha, capital do Qatar, onde estava uma delegação do grupo palestiniano Hamas.
Turk disse na altura que o ataque significava “atirar gasolina para o fogo” que consumia a região. O Qatar abriga o escritório político do Hamas e acolhe rondas de conversações para o cessar-fogo em Gaza-.
Delegações de Israel também se reuniram em Doha para negociar indirectamente com o Hamas através dos mediadores, que são o Qatar, o Egipto e os Estados Unidos. É a décima reunião de emergência realizada pelo Conselho de Direitos Humanos desde que foi criado em 2006.
Realiza-se durante a 60.ª sessão da assembleia especializada, que começou em 8 de Setembro e vai decorrer até 08 de Outubro. Os debates anteriores giraram em torno de questões como a situação das mulheres no Afeganistão após o regresso dos talibãs ao poder, ou a agressão russa na Ucrânia.
A reunião em Genebra realiza-se também no mesmo dia em que o Qatar promove um encontro de líderes de países árabes e islâmicos para tomar uma posição sobre o ataque israelita a Doha.
Está prevista a participação na cimeira dos presidentes da Autoridade Nacional Palestiniana, do Irão, do Egipto, e da Turquia, e o primeiro-ministro do Iraque, entre outros líderes.
O ataque israelita contra o Qatar matou cinco elementos do Hamas e um polícia local. A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelos ataques de militantes do grupo extremista em solo israelita em 07 de Outubro de 2023, que mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns.
Desde o início da ofensiva em Gaza que se seguiu ao ataque, as forças israelitas mataram mais de 64.800 pessoas. Devido à ofensiva em Gaza, Israel enfrenta acusações de genocídio e de uso da fome como armada de guerra, que nega.