A inauguração da nova Refinaria de Cabinda marca um momento histórico para Angola, não apenas por seu impacto económico imediato, mas também pela oportunidade de reforçar o desenvolvimento do capital humano inclusivo – um elemento essencial para garantir que os benefícios do crescimento sejam amplamente compartilhados e sustentáveis.
A Refinaria, com capacidade inicial para processar 30.000 barris de petróleo por dia e plano para expansão futura, representa uma mudança estratégica para a economia nacional. Actualmente, Angola depende fortemente da importação de derivados de petróleo, comprometendo a balança de pagamentos e drenando uma parte significativa das reservas cambiais.
Com a operação plena da refinaria, estima-se uma redução substancial dessas importações, gerando uma poupança cambial anual de cerca de 1,1 mil milhões de dólares na primeira fase, além da criação direta de 3.300 postos de trabalho e 5.000 empregos indiretos na cadeia de produção e serviços associados.
Economicamente, a refinaria deverá impulsionar o Produto Interno Bruto de Cabinda e de Angola, fomentando a industrialização local e aumentando as receitas fiscais através da tributação da cadeia de valor do petróleo refinado.
Projeções indicam um crescimento sustentável impulsionado pelo aumento da produção local, que deverá fortalecer sectores correlatos e alimentar dinamismo na economia formal.
Nesse contexto, o capital humano inclusivo ganha papel estratégico. Angola vem implementando políticas de valorização das capacidades humanas, com foco especial na inclusão social, educação e saúde para todos os grupos sociais.
A integração desse capital humano diversificado e qualificado à operação da refinaria é determinante, pois garante eficiência, inovação e sustentabilidade nas operações.
Programas de formação técnica e profissional para jovens e grupos vulneráveis já estão contemplados, com a expectativa de formar mais de cinco mil trabalhadores ao longo do primeiro ano, conforme projectos previstos.
A importância dessa inclusão reside no fato de que um trabalhador capacitado e valorizado contribui directamente para a produtividade e segurança operacional, além de promover coesão social e desenvolvimento regional. O sector petrolífero, sendo de alta tecnologia e estratégico para Angola, necessita de um capital humano que reflita a diversidade e as habilidades tecnológicas actuais para poder sustentar sua evolução.
Por: DIOGENES LENGA